sábado, 17 de junho de 2017

Crítica: Beleza Oculta | Um Filme de David Frankel (2016)


Após uma tragédia pessoal não superada, Howard (Will Smith) entra em uma profunda depressão a qual, como uma estranha válvula de escape para anestesiar sua dor, passa a escrever cartas para a Morte, o Tempo e o Amor. Algo que quando chega ao conhecimento de seus amigos e colegas de trabalho, os preocupa e põem a sanidade de Howard sob uma cuidadosa avaliação: será que Howard está louco? A reposta para essa pergunta vem na forma mais inquietante que se poderia imaginar. Pois quando para a surpresa de Howard, o que parecia ser loucura aos olhos de todos torna-se realidade, e inesperadamente esses três elementos do universo da vida passam a entrar em contato com Howard e pessoalmente começam a tomar dele satisfações quanto à direção que tem tomado o seu futuro, algumas barreiras intransponíveis se dissolvem não apenas para ele, mas para todos ao seu redor. “Beleza Oculta” (Beauty Collateral, 2016) é uma produção estadunidense de drama escrita por Allan Loeb e dirigida por David Frankel (diretor responsável pelo longa-metragem de sucesso “O Diabo Veste Prada). Com nomes famosos no elenco principal, como Will Smith, Kate Winslet, Edward Norton, Helen Mirren, Keira Knightley e Michael Peña, o diretor aproveita a insólita história desenvolvida pelo roteirista Allan Loeb, onde todos contribuem para a entrega de um filme carregado de emoções que aproveita bem os talentos dramáticos de Will Smith.

Beleza Oculta” foi de certo modo massacrado pela crítica especializada. O tomatômetro do Rotten Tomatoes o qualificou com 13% de aproveitamento (uma nota extremamente baixa), enquanto o IMDB lhe deu uma nota regular de 6,8 pontos (eu particularmente julgo que geralmente qualquer coisa acima de 6,5 pontos nesse site é digno de alguma atenção do público, embora não imprescindível de ser conferido). Enquanto o primeiro site é composto prioritariamente por críticos vinculados a grandes e variados portais de formação de opinião, o segundo é associado por um grupo de pessoas mais diversificado. Entre bons fundamentadores de ideias que elaboram resenhas bem fundamentadas gramaticalmente, há também milhares de avaliadores que expõem suas opiniões de forma mais calorosa e improvisada. Como também há muitas vezes a participação de membros que estão completamente desprovidos de argumentos sensatos ou de alguma representatividade. Mas tanto em um site, quanto no outro, todos tem em comum, o poder de influenciar de maneira positiva ou negativa a nota final de uma produção que está sendo avaliada. Sendo assim, se por um lado à crítica especializada que se expressou no Rotten Tomatoes odiou o resultado, pelas mais variadas razões, o público em geral que colabora com o IMDB foi tocado pela proposta de “Beleza Oculta”.  O que é compreensível, já que David Frankel entrega uma produção dramática bastante acessível ao público e adequada a desencadear muitas lágrimas enquanto ainda é capaz de propiciar alguma reflexão sobre algumas questões comuns da vida.

Mesmo que a trama fantasiosa criada por Loebb tenha suas falhas e desencadeie algum desagrado por sua forma simplista com que trata alguns assuntos delicados (mas há duas boas sacadas do roteiro que são reveladas em seu desfecho que são bastante inspiradas), algumas das atuações não sejam à altura dos nomes que compõem o elenco, David Frankel coloca todo o seu talento atrás das câmeras e entrega um produto seguro de seu propósito: o de ocasionar choro numa parcela considerável dos espectadores. Por isso, se “Beleza Oculta” não se aproxima de ser uma experiência cinematográfica arrebatadora a um selecionado grupo de espectadores, o resultado dessa produção ainda assim se mostra bastante deliciosa de se gastar o tempo.

Nota:  7/10

8 comentários:

  1. Olá Marcelo, não entendo de cinema como vc e Hugo(do blog). Mas adoro cinema que tenha histórias possíveis.
    Esse, só me pareceu interessante pelo vídeo que vc colocou.
    Não sei se acho no Netflix.
    Vamos vê se encontro.
    O elenco cheio de estrelas.

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    1. A trama é bastante fantasiosa, mas Will Smith segura bem o enredo e como citei no texto, há algumas boas sacadas no roteiro que se mostram válidas de serem acompanhadas.

      bjus

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  2. Eu partilho da mesma opinião, não achei o filme um desastre como a critica disse, tem alguns furos gigantes no roteiro, ainda assim, é um filme bem gostoso de se assistir, assim como tudo que Frankel dirigiu.

    http://21thcenturycinema.blogspot.com.br/

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    1. "O Diabo Veste Prada" talvez seja o filme dele, do cineasta que mais me agradou. De vez em quando ainda o revisito esse longa-metragem. Um ótimo filme!

      abraço

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  3. Eu considero que é um filme para agradar o público que gosta de autoajuda ou algo semelhante. São muitos clichês.

    Casca bonita e conteúdo vazio.

    Abraço

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    1. Quando eu digo que se trata de um filme acessível, eu me refiro a mais ou menos isso. Feito na medida para agradar o maior número de pessoas possível.

      abraço

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  4. O filme quer discutir tanta coisa ao mesmo tempo, provocar emoções tão profundas, reflexões tão grandiosas, que acaba se afundando na própria pretensão. Will Smith fez um trabalho incrível! Na minha opinião, este foi um dos melhores filmes de ação que foi lançado. O ritmo de Esquadrão Suicidaé bom e consegue nos prender desde o princípio Não tem dúvida de que Will Smith foi perfeito para o papel de protagonista.

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    1. Particularmente gostei, embora admita que o Hugo tenha razão.

      abraço

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