terça-feira, 30 de agosto de 2016

Cartaz Alternativo: Perdido em Marte by Edgar Ascensão


sábado, 20 de agosto de 2016

Crítica: O Combate: As Lágrimas do Guerreiro | Um Filme de Christophe Gans (1995)


Yo Hinomura (Mark Dacascos) é um assassino contratado de uma organização secreta chinesa que curiosamente chora toda vez que executa um serviço.  Seu remorso pelas vítimas que deixa para trás o consomem. Algo muda em seu comportamento quando uma solitária mulher, Emu O’Hara (Julie Condra) testemunha esse assassino executando mafiosos da máfia japonesa. Ao invés de mata-la, ele passa a protegê-la de uma retaliação da Yakuza que busca vingança pela morte de um importante líder da organização. “O Combate: As Lágrimas do Guerreiro” (Crying Freeman, 1995) é uma produção conjunta entre França, Canadá, Japão e Estados Unidos, escrita por Thierry Cazals, Laurie Finstad-Knizhnik e Christophe Gans. Dirigida por Christophe Gans (mesmo diretor de “Pacto com Lobos” e “Jovem Demais para Morrer”), essa produção é inspirada em um mangá homônimo criado por Kazuo Koike e Ryoichi Ikegami. Estrelado por Mark Dacascos, Julie Condra, Rae Dawn Chong e Tchéky Karyo. Com uma estética bastante arrojada, boas cenas de luta e com uma história ágil, O Combate: As Lágrimas do Guerreiro” trás para o espectador um filme de ação bastante funcional.

O Combate: As Lágrimas do Guerreiro” faz parte do tempo em que Hollywood tentava alçar o astro do cinema B, Mark Dacascos ao primeiro time do cinema de ação. Habilidoso artista marcial, seu nome habita dezenas de filmes de artes marciais da década de 90, mas que nunca conseguiu encontrar qualquer reconhecimento na indústria do cinema como um ator sério. Pudera, já que seus filmes em geral são de qualidade bastante oscilante e maioria não passa de filmes descartáveis que ficaram no esquecimento. Contudo, O Combate: As Lágrimas do Guerreiro” tem uma elegância agradável em sua forma, cenas de ação criativas e uma atmosfera bem construída para acomodar a trama. Longe de ser uma obra brilhante, também não faz feio perante inúmeros filmes de grandes estúdios que eram estrelados por astros de cinema da época. Na verdade o diferencial dessa produção está em um punhado de cenas de ação criativas conduzidas pelo talentoso diretor Christophe Gans, que serem soube conferir uma beleza estética a seus trabalhos como compensação de outras eminentes ausências. Por isso, O Combate: As Lágrimas do Guerreiro” é um bom programa de diversão de meados da década de 90, há muito esquecido pelo grande público e que até é merecedor de uma eventual revisitada.

Nota:  7/10

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Crítica: Esquadrão Suicida | Um Filme de David Ayer (2016)


A morte do Superman trouxe a vida uma grave necessidade. A ausência de uma força heroica que pudesse intervir aos mesmos interesses que o homem de aço atendeu durante um momento drástico da sobrevivência da humanidade. Assim o governo dos Estados Unidos toma uma atitude tanto inesperada quanto improvável: criar uma força tarefa excepcional composta com os piores criminosos do mundo para agir de acordo com os interesses do governo. E o teste de funcionalidade dessa ideia veio quando uma perigosa e misteriosa entidade do passado surge para destruir a humanidade, entram em cena esses estranhos heróis que não tem nada a perder para salvar o mundo. Mas ao mesmo tempo, isso levanta uma imprescindível questão: o quanto eles estão realmente interessados em salvar o mundo ao lado da lei e da ordem? “Esquadrão Suicida” (Suicide Squad, 2016) é uma aventura de fantasia estadunidense baseada no eclético grupo de anti-heróis homônimo da DC Comics que é adaptada para o cinema por David Ayer. Adaptação essa marcada de uma série de irregularidades, essa segunda maior aposta da DC para o ano de 2016 se mostra uma produção rasa, que desperdiça a irreverência dos seus personagens e deixa os inúmeros buracos da trama e a montagem delirante em contraste com uma campanha de marketing bem bolada.

Existe um sentimento de desapontamento latente em “Esquadrão Suicida”. E isso é quase unanime. Embora não seja tão ruim quanto à crítica especializada tem o rotulado nos meios de comunicação (como o maior desastre desse ano), ainda assim está bastante inferior ao que se esperava. Após vários burburinhos de bastidores envolvendo Jared Leto (que interpretou a nova cara do Coringa) e alguns trailers espetaculares, era de se esperar um melhor acertamento no desenvolvimento da trama e personagens. O filme causava a ligeira impressão de ser a combinação equilibrada de uma série de boas sacadas que foram adotadas em outros filmes da rival Marvel no passado. Tudo indicava que esse projeto seria a opção de entretenimento mais bem sucedida desse ano para fãs do gênero ou não. Mas infelizmente para o grande público, fã ou não dos personagens, não foi bem assim que aconteceu. Se “Batman vs Superman – A Origem da Justiça” (2016) dividiu opiniões, ainda que se mostrasse infinitamente superior ao filme do “Homem de Aço” (2013), o trabalho de David Ayer deixa a desejar em vários aspectos. Para começar pelo roteiro confuso, caótico, que banaliza ações e não empolga. Desprovido de objetividade, o roteiro aproveita pouco da potencialidade dos personagens e os lança numa bagunça de enredo que obviamente não detinha um foco preciso. O que consequentemente dificulta o trabalho do elenco, que tirando a presença de o Pistoleiro (interpretado por Will Smith) e Arlequina (interpretada por Margot Robbie), os demais não passam de meras excentricidades de conveniência. No final das contas, a exploração de personagens não é realmente satisfatória e por várias vezes desperdiçada. O que diga sobre o Coringa (interpretado por Jared Leto), que se comportou de forma mais interessante nos bastidores, numa possível estratégia de composição de personagem, do que em cena.

A trilha sonora de “Esquadrão Suicida” é brilhantemente escolhida, com várias canções empolgantes, mas que não se mesclam ao enredo com a devida funcionalidade é uma incógnita. A sonoridade é fantástica, mas excessiva a certa altura. O filme está repleto de efeitos visuais de grande vislumbre (algo em seu desfecho me fez lembrar o primeiro “Caça Fantasmas), embora o artificio não compense de modo algum as outras deficiências narrativas encontradas tanto na trama quanto na condução da ação realizada por David Ayer que não leva o espectador a um desfecho interessante. As boas sacadas de humor foram praticamente todas utilizadas nos trailers, não restando muitas outras surpresas para o filme em si. Na verdade, o melhor dessa produção se encontra realmente nos trailers. Quase tudo está lá, inclusive à expectativa dos espectadores que esperavam ver uma produção memorável.

Nota:  6/10