sábado, 27 de setembro de 2014

Crítica: Seita Mortal | Um Filme de Kevin Smith (2011)


Quando os três adolescentes, Travis (Michael Angarano), Billy-Ray (Nicholas Braun) e Jared (Kyle Gallner) saem na noite em busca de diversão na forma de sexo com uma mulher mais velha nas redondezas do meio oeste americano tudo pode acontecer. Ao seguirem um tentador anúncio de internet com a promessa de uma orgia eles não conseguem imaginar na enrascada em que estão prestes a se meter. O que prometia ser somente uma festa livre de proibições torna-se uma viagem horrenda, isso porque, membros de um culto religioso radical armaram através desse tentador chamariz uma armadilha para castigar pecadores como preparativo antes da chegada do apocalipse. Mas as autoridades já estavam de olho nesta seita, o que por fim acaba se tornando um violento confronto armado entre os dois lados. “Seita Mortal” (Red State, 2011) é um filme de terror independente escrito e dirigido por Kevin Smith. Responsável por obras cult como “O Balconista” e trabalhos polêmicos como “Dogma”, Kevin Smith se aventura em um gênero diferente da comédia, pois é na comédia de onde vem seus melhores trabalhos. Embora não seja propriamente um terror declarado, sendo que seu desenvolvimento se pareça mais com um suspense arrastado, “Seita Mortal” detêm vários elementos que o caracterizam como um terror light. De pouco valor estético e de enredo batido, essa produção não entra para rol de melhores filmes de seu realizador.



Mas para quem conhece o trabalho de Kevin Smith, “Seita Mortal” felizmente herda algumas características de seu realizador, o que ameniza a pouca fluência do resultado que mais promete do que cumpre. Com excelentes desempenhos do elenco principal (destaque para o pastor fanático interpretado por Michael Parks), atores como John Goodman, Melissa Leo e Kyle Gallner impressionam na medida do possível pelos diálogos bem escritos. Mas a produção em si, não tem o charme de outros exemplares do gênero e nenhum atrativo que ao menos a diferencie. Pelo contrário, “Seita Mortal” apenas mescla alguns diferentes elementos (cenas de tortura física de violência tarantinesca com tiroteios caóticos mais interessantes quando exibidos em trailer de cinema) num desenvolvimento pouco profundo ligado ao tema principal. É gritante a forma como o desenvolvimento soa inúmeras vezes destoante ao que se sugeria em premissa. Por fim, essa incursão de Kevin Smith num gênero diferente do qual estava habituado, a comédia, embora “Tiras em Apuros” (2010) seja muitíssimo fraco, “Seita Mortal” não pode ser rotulado como um completo fracasso. Longe disso. Lançado de modo contido, não conseguiu causar alvoroço e consequentemente o resultado demostrou ter mais falhas do que qualidades. Simplesmente poderia ter sido melhor do que é, ou pelo menos do que parecia ser (mas também não muito mais).

Nota:  5,5/10

4 comentários:

  1. Gostei do filme......apesar de achar que o gênio Kevin Smith ter feito coisas melhores. Valeu a viagem. kkk

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    1. Acho que faltou uma exploração adequada das possibilidades que a premissa apresenta, apresentando um resultado aquém do esperado. Além do mais, a ideia do culto não pareceria tão impossível se seu realizador tivesse acertado o tom do filme, que me parece ser muito indeciso quando não instável. Poderia render um grande filme, mas ao invés disso, Smith limitou-se a fazer apenas mais um filme. Uma pena.

      abraço

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  2. Respostas
    1. Detesto usar essa expressão, mas para mim "Não fede e nem cheira". Esperava mais...

      abraço

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