domingo, 21 de setembro de 2014

Crítica: Cão de Briga | Um Filme de Louis Leterrier (2005)


Danny (Jet Li) é o último recurso de persuasão adotado por Bart (Bob Hoskins), um ambicioso gangster do submundo de Londres, quando o assunto é a cobrança de dívidas. Quando seus clientes não honram seus compromissos, Bart usa as fantásticas habilidades marciais de Danny para lhe favorecer, o que lhe rende muito dinheiro. Danny é adotado por Bart desde criança e criado como um animal obediente, mas que quando diante da necessidade de suas habilidades de luta é solto da coleira, torna-se uma fera de combate incontrolável. Quando em um acidente de carro Danny se perde de seu “dono” e acaba conhecendo um sensível afinador de pianos cego chamado Sam (Morgan Freeman) e sua neta Victoria (Kerry Condon), que juntos mostram a Danny que a vida tem muito mais para lhe proporcionar do que ele um dia imaginou. “Cão de Briga” (Unleashed / Danny The Dog, 2005) é uma produção de ação dramática escrita e produzida por Luc Besson. Dirigida por Louis Leterrier, frequente colaborador de Luc Besson, essa produção vai contra tudo que é plausível e lógico. Entretanto, curiosamente essa estranha história de um homem educado como um cão funcionário de um emergente mafioso que acaba caindo nas graças de uma atenciosa família, não é que convence? Mescla com habilidade elementos como ação e dramaticidade na mesma proposta de modo convincente, onde que Jet li entrega uma atuação habilidosa não somente nas sequências de ação genialmente coreografadas, mas na materialização das sutis nuances em volta de seu personagem que tem um comportamento muito similar a de um cão realmente.


Definitivamente “Cão de Briga” é uma grande surpresa considerando o seu nível elevado de funcionalidade. Uma história extremamente bizarra que vista de cabeça aberta até pode se tornar um passeio agradável. O equilíbrio acentuado de ação e drama na mesma produção se mostra uma mescla interessante, embora não detenha excelência em nenhum dos dois gêneros de modo exuberante. Ainda que as cenas de ação executadas por Jet Li sejam fantásticas (cortesia do coreógrafo Yuen Wo Ping), o roteiro de Besson tem lacunas que freiam o desenvolvimento dos personagens e consequentemente prejudicam o desempenho do elenco principal (se Danny é um talentoso lutador, obviamente não foi por influência do personagem de Bob Hoskins). Mas a direção de Louis Leterrier sana qualquer deficiência dramática com sequências de ação frenética. A montagem rápida com o uso adequado de passagens em câmera lenta, todas genialmente inseridas no tempo certo da trama, proporciona certo charme à produção sem parecer forçado. A história tem tanto a oferecer quanto a própria ação, detalhe esse conferido por atores como Bob Hoskins, o desonesto gangster e Morgan Freeman, como o sensível sábio que encontra todo potencial benevolente oculto na figura de Danny. “Cão de Briga” não é somente ação desenfreada como se esperaria de atores como Jet Li. Tem uma realidade palpável pela forma como seus realizadores imaginaram e colocaram em perspectiva (cheio de falhas e com um ritmo impecável). Um dos melhores filmes do astro, que inclusive até ele mesmo o menciona em entrevistas mais recentes com certa dose de nostalgia.

Nota:  7/10

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