quinta-feira, 6 de junho de 2013

Crítica: Tiros Cruzados | Um Filme de Max Mannix (2009)


Informação é poder. E aquele que detiver poder sobre a informação está em uma vantagem estratégica perante seus oponentes. Portanto, em “Tiros Cruzados” (Rain Fall, 2009), informações restritas podem ser vistas como o objeto da cobiça que transformará a vida de todos os envolvidos nessa produção, menos a do espectador que desperdiçou cerca de duas horas para ver um pobre filme de espionagem que não tem nada a oferecer de interessante. A perda de uma boa premissa baseada no livro “Rain Fall” de Barry Eisler, consagrado romancista americano autor de vários romances semelhantes a esse, numa produção que não se envergonha de imitar o formato “Bourne” de se fazer espionagem, junto a uma série de outras deficiências que poderiam ser contornadas com facilidade, condenam esse longa-metragem ao esquecimento. Em sua história acompanhamos John Rain (Kippei Shiina) meio americano e meio japonês, e um assassino profissional especializado em matar suas vítimas como se fossem mortas por causas naturais. Contratado para recuperar um pendrive contendo informações sigilosas, Rain intercepta o portador, que acaba morto, mas não consegue encontrar as informações que procurava. Assim numa busca pelo pendrive, acaba se deparando com a filha do homem que matou, e junto com ela, passa a ser alvo de uma caçada conduzida por Willian Holtzer (Gary Oldman) da CIA, por gangsters da Yakuza e muitos mais envolvidos, que estão dispostos a tudo para matá-los.

Todo mundo quer o pendrive e não mede esforços para consegui-lo. A CIA quer usá-lo como ferramenta de chantagem contra a nação japonesa; a Yakuza quer eliminar provas sobre seus crimes, enquanto a imprensa que acompanha o caso, quer fazer simplesmente seu trabalho. Em vista disso, a jovem que é a chave para encontrar o paradeiro da informação, passa a ser protegida por Rain. Se a trama de "Rain Fall" funcionou nas páginas do livro, sua transposição para película peca excessivamente pela falta de originalidade. Nem tanto pelo roteiro clichê, mas pela narrativa propriamente dita, cuja estética é bem familiar aos olhos.  E se a primeira vista possa se assemelhar com um thriller de ação, engana-se o espectador.  Tanto o título nacional, como o próprio cartaz sugere algo assim. Mas o resultado, apesar de algumas cenas pregarem isso, apresenta-se distanciado do gênero de ação. A maior movimentação nessa produção fica a cargo da movimentação frenética da câmera, enquadramentos deslocados e sucessíveis cortes. E se sua estrutura técnica não favorece o conjunto, diga-se o elenco, já que nem o fabuloso Gary Oldman consegue desafogar esse longa da mesmice em que é composto. Apesar das inúmeras tentativas, "Tiros Cruzados" não consegue prender a atenção ou despertar o interesse do espectador como tinha pretensão. Trata-se de um desperdício: de ideia, elenco e condição técnica de óbvio acesso aos realizadores. 

Nota: 4/10 


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