sexta-feira, 10 de maio de 2013

Crítica: Batman Begins | Um Filme de Christopher Nolan (2005)


O bilionário Bruce Wayne (Christian Bale) traumatizado pelo assassinato de seus pais diante de seus olhos ainda na infância o faz buscar uma vingança desesperada quando adulto. Porém mesmo com a morte do assassino, vítima da vingança de outro assassinato, sua necessidade por justiça não cessa embarcando numa viagem de auto piedade e descoberta. Assim ele viaja pelo mundo para aprender sobre o mundo do crime, onde conhece seu mentor nas artes marciais, chamado Henri Ducard (Liam Neeson) que anos depois revela ser Ra´s Al Ghul, um vilão cuja pretensão é destruir Gotham City sob o pretexto de estabelecer o equilíbrio na sociedade quando se apresenta perdida. Sob a identidade secreta de Batman, Bruce Wayne combate a influência da máfia; a polícia corrupta e um adversário assustador que atende pela alcunha de Espantalho (Cillian Murphy), que junto com Henri Ducard, pretendem espalhar medo por toda cidade até que ela automaticamente se destrua. "Batman Begins" (Batman Begins, 2005) é o primeiro episódio de uma trilogia autoral de Christopher Nolan (A Origem, Amnésia) que veio para redesenhar o famoso personagem dos quadrinhos da DC Comics, e o rumo do gênero no cinema


Quando surgiram rumores da criação de outro filme do famoso personagem de quadrinhos criado por Bob Kane (Batman), muita gente em Hollywood entortou o nariz - e fora dela também - resultante do óbvio receio do desastre da franquia iniciada por Tim Burton e completamente destruída por Joel Schumacher há alguns anos atrás com a produção "Batman e Robin" (1997). O projeto de “Batman: Ano Um não vingou, mesmo tendo nomes conceituados com interesse na produção como de Frank Miller, Darren Aronofsky e os irmãos Wachowski. E olha que esses terceiros estavam com uma moral enorme apos o sucesso da franquia "Matrix" (1999) - mandando e desmandando como quisessem. Assim o projeto de Nolan era meio que visto com desconfiança quando permanecia em teoria. Depois com o tempo, com todo o alvoroço que desencadeia uma produção do gênero, seu trabalho veio a calar a boca de pessimistas. Quando seu trabalho demonstrou que não só não se assemelhava em nada com os filmes anteriores, acima de tudo, mostrava uma visão mais antenada com os sucessos de sua concorrente (Marvel), Nolan não apenas ressuscitou o personagem, mas as possibilidades de uma franquia milionária. A grande diferença dos filmes anteriores, com "Batman Begins", é o foco objetivo da trama, bem aproveitada, com o roteiro de David Goyer em parceria com o diretor. A narrativa madura da direção feita por Christopher Nolan, que mesmo com um personagem de HQs, resgata do baú e aplica com maestria estilos como de filme noir e de crime organizado; usa o tom sombrio característico do personagem originalmente concebido por Frank Miller; e estiliza um Batmóvel com ares de Thunder Tanque, tudo muito bem orquestrado no tempo certo numa produção tecnicamente impecável, deixando todos a mercê do espetáculo de cada aparição do Cavaleiro das Trevas.


Christian Bale personificou bem o personagem, que mesmo com instintos humanos mais sombrios, se inclina a convertê-los em algo positivo. Enquanto Liam Neeson nos apresentou um personagem elegante de principio morais, distorcidos e necessários, que influenciaram necessariamente o propósito de seu discípulo e oponente. E Jim Gordom (Gary Oldman) um dos poucos policiais incorruptíveis de Gotham, se faz relevante nessa história, mostrando ao público uma luz – mesmo que opaca – no final do túnel. Todo o elenco principal está ótimo, onde também o elenco de apoio tem seus momentos de brilhantismo, com nomes de experientes atores como Ken Watanabe, Rutger Hauer, Michael Caine e Cillian Murphy no cumprimento da tarefa de enriquecer a narrativa adotada por Nolan. Dentre todas a qualidades do trabalho de Christopher Nolan na elaboração e execução de “Batman Begins” propriamente – já que sua sequência possui qualidades diferenciadas desse reinício - a que mais se destaca, talvez seja a de ter abandonado tudo que já havia sido feito sobre o Homem-Morcego até então. Obrigatório.

Nota: 8,5/10

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