sexta-feira, 22 de março de 2013

Crítica: Contra o Tempo | Um Filme de Duncan Jones (2011)


É em sua complexidade que mora seu maior atrativo. Pelo menos, antes de ver o elenco em ação eu achava isso. “Contra o Tempo (Source Code, 2011), estrelado por Jake Gyllenhaal (Soldado Anônimo) Michelle Monaghan (Missão Impossível III) e Vera Farmiga (Os Infiltrados), é uma fita que engana direitinho o espectador se apresentando inteligente e se revelando equivocada. Particularmente prefiro filmes com personagens complexos ao invés de histórias complicadas. No entanto o assisti a efeito de curiosidade. A primeira impressão em suma, tudo parece inverossímil, porém bem orquestrado do começo até certo ponto, deixando a história convincente dentro do possível. Em resumo, o capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal) é integrante de um projeto militar secreto denominado “Source Code” – Código Fonte. No projeto o capitão Stevens assume o corpo de outro homem, vítima de um atentado terrorista em um trem, assumindo a sua identidade nos últimos oito minutos de sua vida. Com este recurso é possível procurar indícios que possam ajudar numa investigação para evitar outro atentado terrorista que ainda não ocorreu. Porém ao tentar descobrir o autor do atentado, acaba se apaixonando por uma das passageiras do trem chamada Christina (Michelle Monaghan). Assim Stevens volta no tempo não apenas para evitar o próximo desastre, mas para mudar o curso da história como se tinha como definido.  


Tendo na direção Duncan Jones (filho de David Bowie), o diretor conseguiu algo bem difícil em teoria ao conciliar uma ideia absurda em que protagonista assume a identidade física e psíquica de outro homem em seus últimos oito minutos de vida, com uma realidade palpável, pode-se considerar no mínimo um sinônimo de competência. Não se trata de uma tarefa fácil. E nisso, a maior qualidade dessa fita concentra-se no elenco, entregue ao roteiro improvável de Ben Ripley, que flerta com meia dúzia de outras produções desconexas sem responsabilidade. Mexe com uma temática perigosa – focada em viagens no tempo e física quântica – dando a falsa sensação de ter o conhecimento necessário para a condução de uma trama sempre ameaçadora para realizadores inexperientes. Favorecido por uma estrutura técnica eficiente, fotográfica e musical, “Contra o Tempo” evidencia certas falhas em seu desfecho enrolado, contudo entrega um filme interessante na maior parte da produção. Enfim Jones realiza um bom programa de entretenimento passageiro. Posso afirmar que os realizadores, acima de tudo o diretor, seguiu a mensagem taxada no roteiro, e fez ao seu modo valer cada segundo de seu tempo, e principalmente daqueles que se deram ao prazer de cedê-lo para ver o resultado final de seu filme. E depois de dezenas de deja vús do trailer visto em outros lançamentos da distribuidora, eu acabei gostando de investir uma hora meia de meu tempo em seu trabalho.

Nota: 6,5/10

2 comentários:

  1. Eu gostei do filme, achei que o final é que forçou demais a barra e fez o filme entrar no genero viagem no tempo, já que a teoria principal era que ele manipulasse os minutos restantes de vida do Sean como se fosse um simulador. O problema é que simuladores são limitados e a experiencia do protagonista é mais profunda que isso, tendo como base "outra realidade" pra que o filme pareça mais interessante, no final o roterista achou melhor colocar ele na "realidade certa" e virando uma viagem no tempo, mas que só foi a mente do protagonista a ser trocada...

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    1. O único problema que destempera todo o desenvolvimento desse filme talvez seja o desfecho. Não gostei. Me senti enganado de algum modo, já que esperava mais... Mas ainda assim é um bom filme, longe de ser impecável, ainda se mostra interessante como um bom programa para passar o tempo.

      abraço

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