quinta-feira, 7 de março de 2013

Crítica: Amor Impossível | Um Filme de Lasse Hallström (2011)


Com um título nacional fora de contexto e uma história em sua premissa até interessante, o cineasta sueco Lasse Hallström (responsável pelo longa-metragem "Querido John"), como também o restante dos envolvidos falham em dar crédito a essa visão romanceada de um universo tão peculiar como o da pesca de salmão. Como romance esse longa não funciona e como comédia basta ver o trailer para usufruir das melhores piadas dessa produção. Assim em “Amor Impossível” (Salmon Fishing in the Yemen, 2011), acompanhamos um xeique visionário chamado Muhammed (Amr Waked) que busca levar os benefícios da arte da pesca do salmão para o seu país, ao inserir a pesca esportiva no meio do deserto independente de quanto isso vá custar. Para realizar seu sonho ele tem a advogada Harriet (Emily Blunt), incumbida da tarefa de convencer o especialista britânico no assunto Alfred Jones (Ewan McGregor), na execução da impossível tarefa. Se não fosse a interferência do governo britânico em consolidar essa ideia, a princípio absurda, por meio de sua porta voz Patricia (Kristin Scott Thomas) o assunto jamais sairia da teoria. Num cenário estremecido pela guerra no Oriente Médio, a criação de noticias positivas é essencial para preservar as aparências entre os governos. E num panorama de impossibilidades vemos essa fábula sobre fé e realizações acontecendo a partir do desejo de um homem em compartilhar o prazer de uma simples pescaria.

De longe,  “Amor Impossível” promete algo extraordinário em seu enredo, mas não cumpre por uma série de razões. Este é com certeza um dos mais fracos filmes de Hallström. Com uma história baseada no livro de Paul Torday, a trama ganha contornos cansativos e de pouca emoção. É difícil afirmar qual é o pano de fundo dessa produção: a pesca do salmão ou o arrastado romance dos protagonistas. Enquanto a apaixonante Emily Blunt perde pontos por não traduzir com expressividade suas dores particulares, o competente ator Ewan McGregor demonstra não ter mais aquele tino para comédia romântica como nos tempos de filmes como “Por Uma Vida Menos Ordinária”. E se os protagonistas dessa história não tem um desenvolvimento fascinante, Kristin Scott Thomas dá um charme a sua personagem como uma espécie de vilã cínica e manipuladora num cenário sem heróis declarados. Inclusive o ator Amr Waked tem boas passagens, em sua maioria inspiradoras que dão uma acentuação adequada à proposta oferecida pelo roteiro de Simon Beaufoy (Quem Quer Ser um Milionário?). Mas no geral, “Amor Impossível” não agrada simplesmente por não causar nenhum tipo de emoção legítima, onde apenas acompanhamos o desenrolar dos acontecimentos a espera da subida dos créditos finais. 

Nota: 5/10

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