sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Crítica: Highlander – O Guerreiro Imortal | Um Filme de Russel Mulcahy (1986)



É fácil descrever a importância desse longa-metragem para os envolvidos nessa produção, e principalmente para a cultura pop apesar dos anos, quando meramente é mencionada a palavra “Highlander” em uma conversa qualquer. A palavra resgata de imediato na memória as lembranças de uma fita, há muito esquecida desde os meados da década de 80, e que mesmo não citada como uma obra genial por nenhum crítico que se prese, teve seus status de cult acertado. A fantasia de um guerreiro imortal que duela com outros iguais a ele, até que apenas por fim, restasse um, virou obra de culto por parte de uma geração que nem sequer na época tinha a noção exata do que isso significava na realidade. Para o cineasta Russel Mulcahy (O Sombra), talvez tenha sido o seu melhor trabalho. Engrenou vários outros projetos graças ao sucesso atingido por esse longa. Enquanto para o protagonista, o ator Christopher Lambert, sem dúvida a interpretação de maior reconhecimento de sua carreira. Contudo, para os saudosos espectadores, tratava-se do princípio de um sonho místico – a eternidade – e irremediavelmente instigante que transpassava da película através de uma trama simples e interessante narrativamente, de um estupendo visual onde o passado e o presente agiam de maneira fascinante.

A história do filme “Highlander – O Guerreiro Imortal” (Highlander, 1986), retrata a trajetória de Connor MacLeod (Christopher Lambert) que no ano de 1536, após ser ferido fatalmente em uma batalha na Escócia, é dado por morto por sua família e inexplicavelmente ressuscita. Expulso pelo clã MacLeod, sob a acusação de feitiçaria, Connor passa a vagar pelo mundo sob a pena de apenas poder morrer se sua cabeça for decepada. Anos mais tarde, casado com Heather (Roxanne Hardt), é encontrado pelo misterioso Juan Sanchez Villa-Lobos Ramirez (Sean Connery), e doutrinado na arte do combate com espadas e no estilo de vida dos imortais, para um confronto inevitável com Kurgan (Clancy Brown), outro imortal, que onde a vitória reservará ao último imortal remanescente um prêmio desconhecido. 

A história criada originalmente por Greg Widen, e roteirizada também por Peter Bellwood em conjunto com Larry Ferguson, foi fruto da inspiração causada pela contemplação de armaduras medievais do século XVI, onde que Widen imaginava possibilitar a presença desses guerreiros e suas vestimentas em tempos contemporâneos. Uma ideia simplista a primeira vista, porém bem realizada por Mulcahy, que obteve um resultado interessante ao mesclar de forma paralela o passado do personagem com a presente ação do momento do protagonista, numa montagem eficiente mesmo com as limitações de um roteiro pouco enriquecedor. Soube sanar as deficiências do elenco principal com efeitos visuais eficientes, usando o carisma de Sean Connery de forma medida, e entregando uma fita onde o sabor do filme reside no enredo e na narrativa pontual da montagem. Belas locações da Escócia e de Londres acentuam o visual que é embalado por uma trilha sonora de contribuição da extinta banda Queen com cerca de seis canções.

Após o sucesso do filme, gerou-se uma franquia descabida da ideia original, que apesar da resistência ao tempo foi se afundando em descredito até um completo e inquestionável fracasso. Além disso, revistas em quadrinhos, séries de TV, jogos de RPG surgiram oportunamente como forma de angariar lucro de um personagem, e principalmente de uma ideia a muito exaurida pelos detentores dos direitos sobre o personagem. Inclusive recentemente confirmou-se um remake do filme original com Ryan Reynolds como protagonista, na chance de ressuscitar o personagem da inércia a qual se encontra.

De fato, “Highlander – O Guerreiro Imortal” além de seu contexto de eternidade nos contornos da trama, Connor MacLeod sobrevive apesar do tempo de forma afetuosa na memória dos fãs. E se depender da indústria do entretenimento, certamente terá muitas oportunidades de ressuscitar ainda. Porém, independente de quantas vezes esse personagem possa ressurgir pela conveniência de lucro facilitado, será difícil resgatar toda a essência que consagrou marcantemente o mais cult dos imortais do cinema de da cultura POP.  

Nota: 7,5/10


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