quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Crítica: O Procurado | Um Filme de Timur Bekmambetov (2008)


Depois de chamar a atenção de Hollywood com o filme “Guardiões da Noite – um filme de fantasia carregada de efeitos visuais e delírios que rondam o universo vampiresco – o russo Timur Bekmambetov alcançou um considerável sucesso pelo mundo, que consequentemente gerou uma curiosa sequência chamada “Guardiões do Dia”, erguida nos mesmos moldes do anterior. Como acontece com todo o bom cineasta estrangeiro, não demorou muito para ele ingressar na indústria cinematográfica americana para dar segmento ao seu sucesso.

Em O Procurado (Wanted, 2008), conta a história de uma organização secreta que se intitula “A Fraternidade” composta por matadores profissionais munidos de habilidades sobre-humanas a centenas de anos trabalham para manter o delicado equilíbrio da paz mundial. O jovem Wesley Gibson (James McAvoy) é um jovem existencialmente frustrado com sua vida, descobre ser filho de um assassino profissional do mesmo grupo. Assim esse jovem é recrutado por (Angelina Jolie) uma mulher sedutora e enigmática, amando de Sloan (Morgan Freeman) o líder dessa organização, com a intenção de matar um integrante rebelde que tem dizimado todos os integrantes dessa misteriosa organização de justiceiros. Porém aos poucos Wesley descobre que às verdadeiras razões pelas quais houve foi recrutamento não transparecem a verdade.

O ator James McAvoy traz uma interpretação interessante para um personagem que é o reflexo de uma geração angustiada em tempos modernos. Apesar da razão de sua angustia não ter nada com a realidade, expressa um sentimento comum, visto por sua rotina profissional desgastante e vida pessoal deteriorada. Saber que você, como indivíduo se encontra apenas na posição de mais um número dentro da sociedade, e não como um elemento necessário – como nos imaginamos – para bom funcionamento do mundo. E quando McAvoy já conformado com sua situação degradante é salvo pelo personagem de Angelina Jolie que revela sua verdadeira vocação no universo. Apesar de ser o terceiro nome de destaque na trama, o pouco que aparece já ofusca a importância de Morgan Freeman dentro da história, que mesmo improvável é divertidíssima. 
  
O filme equilibra bem a ação e o humor, numa história fantástica, onde a direção caprichada do russo abusa da câmera lenta – um pouco demais – criando sequências visuais muito criativas e ao mesmo tempo absurdas. Porque não houve outro cineasta que tenha conseguido inserir elementos incomuns como quando os personagens conseguem disparar armas onde as balas fazem curvas com tanta naturalidade. Uma perseguição de carro improvável, mas ainda assim emocionante, onde é destruído um Dodge Viper num desfecho com uma pitada de humor insinuante. 

Por fim, O Procurado não tem nada que evidencie inovação, ou que apresente algo novo visualmente ao espectador, até porque esse certamente não era o real objetivo do longa. Mas revela toda a envergadura de Timur em criar entretenimento de qualidade que transborda empolgação, como também transparece uma transição tranquila ao cinema americano que muitos outros diretores não tiveram a mesma facilidade para se adaptar. 

Nota: 7,5/10

4 comentários:

  1. O filme tem muita ação e um roteiro um pouco confuso, mas vale como diversão.

    Sobre o diretor, "Guardiões da Noite" era um filme diferente e até interessante, já a sequência "Guardiões do Dia" é o samba do russo doido, de tão maluca que é a trama.

    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Guardiões do Dia eu não cheguei a assistir, mas o trailer me pareceu bom. Mais adiante dou uma olhada.

      abraço

      Excluir
  2. Mesmo que não seja a última bolacha do pacote é um filme que eu gosto basatante! É bem feito e divertido :)

    Excelente blog. Bom mesmo!

    Abs.

    ResponderExcluir
  3. obrigado! Grato por sua participação também!

    Abraço

    ResponderExcluir