sábado, 11 de agosto de 2012

Crítica: Busca Implacável | Um Filme de Pierre Morel (2008)


O cinema francês reciclando ideias e criando grandes filmes

“Não sei quem são vocês. Não sei o que querem. Se querem um resgate, eu não sou rico. Porém, possuo habilidades muito especiais. Habilidades que adquiri durante uma longa carreira. Habilidades que me tornam um pesadelo para gente como vocês. Se soltar minha filha agora, tudo termina aqui. Não irei procura-los nem persegui-los. Caso contrário, irei atrás de vocês. Eu os encontrarei... e os matarei.” A voz estranha do outro lado da linha apenas deseja: “Boa Sorte”.

O que o sequestrador não sabia, era que ele mexeu com o cara que acaba de declarar guerra contra ele, ou qualquer um que tente impedi-lo de salvar sua filha. Kim (Maggie Grace), filha de Bryan Mills (Liam Neeson) um ex-espião agora aposentado, é sequestrada em Paris – sequestro acompanhado pelo pai através do telefonema desesperador da filha – o fazendo partir para França para resgatá-la. Bryan não irá medir esforços para localizar e declarar guerra contra uma gangue do submundo parisiense. Assim "Busca Implacável(Taken, 2008), através dessa premissa torna-se um suspense de ação à altura da trilogia Bourne. Liam Neeson encabeça uma trama simples, porém bem conduzida por Pierre Morel, um dos maiores cineastas do gênero de ação do cinema francês. Mais um diretor francês que sabe bem reciclar ideias do cinema americano, convertendo uma fórmula batida, em transposições arrojadas. Por mais que a história tenha início em território americano, toda trama se desenrola na Europa – mais especificamente em Paris. Uma viagem turística da filha e de uma amiga se resulta em um sequestro comum para as autoridades locais, mas que deixam o experiente Bryan horrorizado com tamanha violência. A caçada pelo paradeiro da filha começa do momento da chegada a Paris até o desaparecimento dramático que foi acompanhado por telefone a milhares quilômetros.  Ponto para o roteiro. Mantém uma linha lógica com um toque perspicaz de dramaticidade, que passa normalmente batido pelos roteiros Gringos, mas que é aplicado em pequenas proporções por todo o longa. Detalhes e procedimentos de campo de um verdadeiro agente – usados pelo protagonista – são ferramentas essenciais para ambientação convincente, e vitais para dar segmento à trama, que sobe a cadeia hierárquica do crime e da corrupção na cidade.


O roteiro, de criação de Luc Besson (também produtor) e Robert Mark Kamen, usa um mafioso esquema de prostituição como o estopim para alavancar toda trama, porém o andamento da história é onde mora sua virtude. Além do desencadeamento de situações que levam o protagonista mais próximo de sua filha de forma competente, todo desenvolvimento é intercalado com tiroteios bem conduzidos, perseguições legais e lutas executadas por Liam Neeson, que não fazem feio perto de um Jason Bourne. Mesmo tendo a idade que tem, visível aos olhos do espectador, sua interpretação – de experiência e motivação condicionada – convence como a de astros do naipe de Bruce Willis em Duro de Matar 4.0, que também não é mais nenhum garoto, mas que abusa na porrada sem ficar ridículo.

Embora os diálogos não sejam excelentes, as frases de efeito, imprescindíveis em um bom filme de ação não causam apenas efeito. Mas vários efeitos, dentre eles choque. Aguardamos que seja dito algo, uma frase, ou apenas uma palavra, que às vezes não chega nem sequer a se completar, e um tiro a queima roupa é disparado sem hesitação. O resultado é vibrante, pois dispensa um monte de conversa mole e papo furado que na maior parte do filmes se torna maçante, pelo som de um tiro dado no momento certo, que responde por mil palavras. "Busca Implacável" é um dos melhores filmes de Morel desde não sei quando. Cinema de ação de qualidade inegável e bem condimentada. Luc Besson sabe produzir bons filmes quando quer. Por isso é bonito, bem apresentado, gostoso de ver e que dá aquela sensação de satisfação, como somente a glamorosa culinária francesa é capaz de criar. E o melhor: com uma sequência estreando em breve, ainda por cima, poderemos repetir. Somente espero que não vire marmita feita "Carga Explosiva".

Nota: 8/10


2 comentários:

  1. Explosivo, ágil e divertido, tudo o que um filme de ação sem compromissos precisa.

    Abraço

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    1. Mal posso esperar para ver a sequência que está para ser lançado mês que vem.

      Obrigado pela visita!

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