quarta-feira, 25 de maio de 2016

Crítica: Capitão América: Guerra Civil | Um Filme de Anthony Russo e Joseph V. Russo (2016)


A Marvel tem se estabelecido com grande fluência na sétima arte nesses últimos anos. Se não bastassem as primorosas adaptações da franquia dos X-Men que ganharam contornos de reinvenção a partir de “X-Men: Primeira Classe”, a trajetória de todos os personagens em volta dos Vingadores tem obtido grande sucesso de público e crítica. Os filmes da Marvel tem adotado um satisfatório padrão de qualidade como nunca se tinha visto antes. São em geral, adaptações de enredo genialmente esculpido nos moldes do universo cinematográfico da Marvel e realizadas com grande competência pelos mais variados realizadores. “Capitão América: Guerra Civil” (Capitain America: Civil War, 2016) é um filme de super-heróis da Marvel Studios baseado em um dos mais pertinentes arcos dos quadrinhos que dá continuidade a uma excelente fase da produtora. Em sua trama acompanhamos o crescente agravamento da opinião pública sobre as atividades dos Vingadores. Após outro incidente que acabou causando danos colaterais para a imagem do grupo liderado por Steve Rogers, o Capitão América (Chris Evans), a pressão do governo para instalar uma politica de comando e supervisão sobre as atividades dos Vingadores se intensifica. Motivada pelo Homem-de-Ferro, o também multimilionário Tony Stark (Robert Downey Jr.), a ideia se confronta com os conceitos e interesses do Capitão América, o que acaba criando duas distintas equipes de super-heróis que irão entrar em combate por seus ideais.


Capitão América: Guerra Civil” tem pouco de adaptação em sua estrutura. Semelhanças existem (algumas motivações e personagens familiares), mas ainda assim poucas para se chamar de adaptação. A obra dos quadrinhos escrita por Mark Millar e desenhada por Steve McNivem serviu mais como uma preciosa inspiração para esse novo produto, já que toda essência do material original está convenientemente moldada ao enredo dos demais filmes dessa franquia da Marvel. Filmes como “Vingadores: A Era de Ultron” e “Capitão América: O Soldado Invernal” ressoam sobre a narrativa de “Capitão América: Guerra Civil”, e as qualidades do roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely ganham força pela competência dos diretores Anthony Russo e Joseph V. Russo. O desenvolvimento de novos personagens como o do jovem Homem-Aranha (Tom Holland) e o do Pantera Negra (Chadwick Boseman) são uma surpresa agradável ao conjunto. A presença de Tom Holland é a surpresa do alívio cômico que o filme precisava gerando uma boa promessa para novos filmes. Personagens já conhecidos do universo cinematográfico da Marvel ganharam mais aprofundamento do que se poderia esperar, e atuações dramáticas como a de Chris Evans e Robert Downey Jr. são bem-vindas a um filme normalmente associado a um produto de evidente entretenimento fácil. O Homem de Ferro está mais sério do que em qualquer outro filme anterior. Além do mais, os diretores habilidosos em amarrar os acontecimentos de importância da trama principal, ainda se destacam brilhantemente em orquestrar sequências de ação inspiradas (destaque para sequência final de luta entre Homem de Ferro contra Capitão América e o Soldado Invernal).

No final das contas, “Capitão América: Guerra Civil” é um dos melhores filmes dessa franquia até o momento. E olha que muitos diziam ser impossível superar a eficiência de “Capitão América: O Soldado Invernal” de tão bom que era. Mas esse filme tem a essência de sua trama bem ajustada aos percalços dos personagens na telona, a ação é pontual de forma significativa e vibrante e o desfecho resultante de uma inesperada reviravolta na história que deixa o público dividido entre para quem vamos torcer é também, um bem-vindo desencadeador de debates. Um ótimo filme de entretenimento como vários outros da marca Vingadores.

Nota: 8,5/10

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