segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Crítica: O Exterminador do Futuro: Gênesis | Um Filme de Alan Taylor (2015)


Em 2029, depois de anos lutando com a resistência humana na guerra contra as máquinas, John Connor (Jason Clarke) líder da resistência executa uma manobra tão inevitável quanto imprescindível nessa guerra. Consciente das intenções da Skynet de enviar um perigoso exterminador ao passado objetivando assassinar sua mãe Sarah Connor (Emilia Clarke), antes do seu nascimento, já que as máquinas vislumbram uma eminente derrota, John envia em seguida o sargento Kyle Reese (Jai Courtney) ao ano de 1984 com a intenção de garantir a segurança dela. Mas algo de estranho aconteceu, pois quando Reese chega ao presente planejado encontra um passado diferente do esperado, no qual Sarah já tem como protetor outro guardião, o T-800 (Arnold Schwarzenegger), que foi enviado para protegê-la desde quando ainda era uma criança. Diante de uma nova e desconhecida versão do passado descrita por Connor, Reese tem uma missão muito mais difícil quanto inesperada: redefinir o futuro. “O Exterminador do Futuro: Gênesis” (Terminator Genysis, 2015) é uma produção estadunidense de ficção científica escrita por Laeta Kalogridis e Patrick Lussier. Dirigida por Alan Taylor (realizador de “Thor – O Mundo Sombrio), essa produção é o quinto filme da cinessérie iniciada em 1984 por James Cameron. Esse filme teve uma icônica sequência (O Exterminador do Futuro: O Dia do Julgamento Final) em 1991, mencionada por muitos como uma das mais influentes obras da ficção científica dos últimos tempos, um terceiro episódio (O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas) em 2003, ligeiramente espelhado no segundo filme e um quarto longa-metragem de guerra (O Exterminador do Futuro: A Salvação) lançado em 2009.


Numa mistura desequilibrada de reboot com continuação, “O Exterminador do Futuro: Gênesis até pode ser uma reapresentação significativa para novos espectadores, mas ainda assim se mostra muito decepcionante aos familiarizados com o status do personagem principal e, sobretudo da franquia. Entre os cinco filmes, talvez esse seja o menos envolvente. E muito disso se deve a intenção dos produtores em dar um novo gás inesperado à franquia. Assim sendo, a regra em vigor nessa produção é a seguinte: Por que simplificar se nós podemos complicar ainda mais o que já era visto com um difícil entendimento? Os roteiristas não poupam os espectadores de soluções confusas que nem o próprio Arnold Schwarzenegger consegue chegar perto de provavelmente entender (questões sobre espaço tempo contínuo e paradoxos temporais), onde tudo é arremessado sobre o público sem embasamento, que atordoado por sequências de ação deslumbrantes fica refém do que pode ser apenas apreciado com os olhos. Em meio ao resgate de elementos familiares da franquia (o policial interpretado por J. K. Simmons) combinados com novas e reveladoras ideias (agora a gente sabe como os humanos tiveram acesso à máquina do tempo), peca em inutilizar por completo sua fascinante e conhecida história. Essa repaginada soa forçada em várias passagens, e embora tenha tido um acabamento técnico surpreendente e muito melhorado em comparação aos filmes anteriores, algumas sequências de ação principalmente ganham uns contornos incômodos (uma perseguição de helicópteros parece saída de um filme de “Star Wars).

Infelizmente o elenco não contribui em muito em comparação aos nomes do passado. Se Arnold Schwarzenegger está à vontade no papel do T-800, embora prejudicado pelo roteiro, Emilia Clarke não tem a força de Linda Hamilton. Enquanto Jason Clarke não tem a presença de tela de Christian Bale, Jai Courtney interpretando Kyle Reese (um dos personagens que até então não tinha sido devidamente explorado na franquia) não consegue conferir simpatia a seu personagem. De resto, as familiaridades se encerram nas figuras ainda que se preserve algumas características (o policial líquido que dá ritmo a uma grande parte do corre-corre). Por fim, a franquia do Exterminador é uma daquelas que insiste em não morrer enquanto trouxer lucratividade. Mas si caso “O Exterminador do Futuro: Gênesis vier a ser um último episódio, infelizmente resultou num filme medíocre diante de seu potencial.

Nota:  5/10    

8 comentários:

  1. Opaaa... Estou voltando...Tempos que não passava por aqui.
    Abraços

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    1. Boa Tarde! Que bom que passou... e que saiba que você sempre é bem-vindo.

      Abraço

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  2. A obra serviu só para relembrar a franquia mesmo, mas acredito que não conseguiu dar um novo fôlego. Concordo plenamente com o seu texto. Como deixamram um gancho, e se vierem a fazer outro, que façam com mais entusiasmo e cuidado ao mexer em uma saga tão queria pelos fãs, em especial o 1 e 2.

    Grande abraço!

    André Betioli


    3quenaoda1.blogspot.com.br

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    1. Para bater os dois primeiros filmes falta muito. Parece que em 2019 os direitos voltam para as mãos de James Cameron, e se os responsáveis não acabarem com o personagem de uma vez por todas, dentro de uns cinco ou seis anos rola um filme a altura da expectativa dos fãs. Quem sabe?

      abraço

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  3. Não me incomodei tanto com as (indiscutíveis) falhas que você apontou, mas acho que já está na hora de os estúdios perceberem que o que tornaram os dois primeiros filmes grandes sucessos foram o visionarismo dos realizadores. Hoje a franquia não tem mais James Cameron, não tem mais Stan Winston, o CGI já virou lugar-comum...

    Tem que pensar fora da caixinha pra fazer essa franquia emplacar. Arroz-com-feijão não dá!

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    1. Receio pelo futuro do personagem nas telonas.

      Deixa eu dividir um sonho que tinha em relação ao personagem, mas que provavelmente nunca ira acontecer na verdade: como fã de revistas em quadrinhos (as mais antigas principalmente) sempre tive o sonho de ver RoboCop dividindo a tela com o Exterminador do Futuro como nas páginas das revistas. Obviamente com umas melhorias narrativas, mas preservando a essência presente na revista.

      Há uma série em quadrinhos que unem o universo da Skynet com o da OCP de forma interessante para o formato cinematográfico. Considerando que já uniram outros dois personagens icônicos da sci-fi (Aliens vs Predador), embora com pouco sucesso, seria uma ideia interessante arriscar um pouco e fazer uma junção inédita. Como eu não tenho me agradado em quase nada com ambas as franquias, já que o RoboCop de Padilha (ainda que bem-feito) sofre do mesmo mal que o T-800, será que não seria interessante unir forças?

      abraço Gustavo

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  4. eu achei cansativas as inúmeras cenas de ação sempre no escuro. eu gostei da complicação com a explicação que as inúmeras idas e vindas dos exterminadores mudaram sensivelmente o passado. esse tema eu gostei. mas é tanta ação que fica chato. gostei da emilia clarke. o mocinho é feio e chato. parece mais robô e humano. tanto anabolizante deu um perfil e pescoço duro demais, sem emoção. aí o casal realmente não funciona. tanto que há pouquíssimas fotos do casal. há muito mais fotos da emilia com o arnold. beijos, pedrita

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    1. Particularmente eu não gostei de quase nada desse último episódio da franquia. Se houver um próximo, só irei assistir na ausência de coisa aparentemente melhor.

      bjus

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