quinta-feira, 9 de julho de 2015

Crítica: Maníaco | Um Filme de Franck Khalfoun (2012)


Frank (Elijah Wood) é um jovem proprietário de uma loja de manequins que foi herdada de seus pais. Um jovem introvertido e desinteressado com o mundo. Entretanto, se ao longo do dia ele trabalha incessantemente na loja de sua falecida mãe, restaurando manequins antigos, a noite ele passa a ocupar seu tempo perseguindo e matando lindas jovens, que com um afiado punhal retira os escalpos e os usa para decorar os manequins sem vida. Mas sua rotina de serial Killer é estranhamente afetada quando ele conhece Anna (Nora Arnezeder), uma bela jovem que se aproxima de Frank para coletar manequins que são usados para criação de obras de arte que representam retratos da humanidade. Decorrente desse contato, Frank passa a nutrir uma inédita atração por essa inesperada garota, um sentimento tão emocionante quanto matar, mas que também entra em conflito com seu desejo incontrolável de matar podendo transparecer para a bela, a aterrorizante fera que habita dentro dele. “Maníaco” (Maniac, 2012) é um longa-metragem de terror escrito por Alexandre Aja, Grégory Levasseur e CA Rosenberg, como também dirigido pelo cineasta francês Franck Khalfoun. Baseado num filme de 1980 de mesmo nome (filme estrelado por Joe Spinnel e dirigido por William Lusting), essa refilmagem realizada por Franck Khalfoun detêm alguns aspectos curiosos, sobretudo um em especial merecedor de um destaque todo especial: a forma como é filmado propriamente.


Maníaco” é um estudo repugnante e perturbador da natureza cruel de um serial Killer apresentado de uma forma ousada e interessante. Buscando um efeito de introspeção inédito ao espectador, toda a ação dos crimes cometidos por Frank como sua própria rotina é apresentada pelo olhar do assassino através de um método de filmagem que coloca o espectador na primeira pessoa (você que assiste ao filme, vê tudo, e como o assassino vê as coisas ao seu redor). É sabido que o gênero do terror sempre tem buscado novas formas de surpreender os espectadores, que cansados de sustos fáceis, carnificinas sanguinolentas e tramas batidas, não se contentam mais com produtos de resultados padronizados. E por isso, Franck Khalfoun talvez tenha obtido um efeito de grande potencial com sua proposta. Com um desenvolvimento bem trabalhado do personagem principal desempenhado por Elijah Wood, que apresenta sua história de vida e vários aspectos de sua mentalidade doentia, como uma abordagem curiosa sobre as suas vítimas (há uma que não desperta solidariedade alguma), essa refilmagem apresenta um roteiro sólido para os novos tempos. E as atuações não ficam por menos, sendo que Elijah Wood surpreende em sua interpretação que necessita de uma presença de tela diferenciada da convencional (são em gestos, vozes e movimentos de câmera que sua presença se faz valer); como Nora Arnezeder, atriz e cantora francesa que confere delicadeza e precisão em sua interpretação.

No final das contas, “Maníaco” é uma experiência cinematográfica interessante de se ver. Apesar de a história seguir um rumo desprovido de originalidade (o roteiro segue uma linha de incessantes assassinatos violentos pausados pela estranha relação de Elijah Wood e Nora Arnezeder que culmina num desfecho mais do que esperado), Franck Khalfoun entrega um produto bem desenvolvido e atraente aos fãs do gênero (o sexo e o sangue estão numa proporção bem medida e justificável a proposta). Mas se sua premissa não vier a soar atraente ao espectador, é certo dizer que sua materialização dotada de homenagens a filmes de terror slasher, entre outras qualidades se mostra inovadora, onde a atmosfera é bem criada e perpetuada por toda sua duração, o visual é atraente e os pequenos detalhes recebem uma atenção notável por parte dos envolvidos.

Nota:  7,5/10


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