sábado, 2 de maio de 2015

Crítica: A Negociação | Um Filme de F. Gary Gray (1998)


Em Chicago, Danny Roman (Samuel L. Jackson) é um experiente negociador de reféns do Departamento de Polícia. Seu trabalho consiste em negociar com sequestradores a segurança de reféns. Mas quando Danny é pego de surpresa pela acusação de ter matado seu parceiro, ele percebe da pior forma possível, que as suspeitas de seu parceiro de que há um grupo de policiais de seu departamento envolvidos em desvios de verbas são verdadeiras. Consciente de estar sendo vítima de um elaborado plano de conspiração arquitetado por seus próprios colegas de trabalho, Danny vai em direção da sede do Departamento de Assuntos Internos decidido a limpar o seu nome dessa sujeira a qual o colocaram. Deixado sem alternativas, com a arma em punho, Danny coloca Terence Niebaum (JT Walsh) um dos prováveis responsáveis por sua aparente culpa e várias outras pessoas inocentes como reféns, e decide descobrir a do custo o verdadeiro assassino. Mas cercado pela força policial de Chicago, acuado nas dependências do prédio como um criminoso, Danny solicita a presença do desconhecido Chris Sabian (Kevin Spacey), outro brilhante negociador de reféns que pode fazer, e fará toda a diferença na absolvição ou na condenação de Danny Roman em meio a esse impasse. ”A Negociação” (The Negotiator, 1998) é uma produção estadunidense de suspense policial dirigida por F. Gary Gray, que com base no roteiro de James DeMonaco e Kevin Fox, resultou em um instigante thriller policial que brilhantemente protagonizado pelos astros Samuel L. Jackson e Kevin Spacey, prende a atenção do espectador sem cessar.


Numa boa sacada do argumento, “A Negociação” evidencia com imediatismo a inocência de Danny Roman, e deixa todo desenvolvimento vinculado à forma de como ele vai provar isso gerando momentos incisivos desde o inicio da história. E olhando o panorama geral das coisas, onde a reação de choque toma as faces dos conhecidos de Roman, as chances estão todas contra Danny. Mas se Samuel L. Jackson já ganha o espectador por sua determinação e desenvoltura em cena, a chegada do desconhecido negociador Chris Sabian, brilhantemente interpretado por Kevin Spacey, somente vem a intensificar as circunstâncias e enriquecer o enredo com a química entre os dois. Frases como: “Quando seus amigos o traem, às vezes as únicas pessoas nas quais você pode confiar são em estranhos”, faz parte de um reportório de conceitos interessantes que fazem dessa produção um programa estimulante. Os duelos verbais recheados de inteligência entre dois hábeis negociadores interpretados por grandes atores é um inquestionável acerto da trama. O clima tenso criado pela direção de Gray, onde cada um exibe toda sua experiência prende a atenção, como também as situações que o roteiro gera ao longo da duração funcionam de modo envolvente. A ação decorre de forma pontual, com bem-vindas reviravoltas e uma condução competente por parte de F. Gary Gray. Com um grande desempenho de JT Walsh, um personagem chave dentro da trama (que morreu alguns meses antes do lançamento do filme), como a presença de Paul Giamatti como uma veia cômica dentro da ação, mostra uma ótima escolha de elenco de apoio.

No final das contas, “A Negociação” é um ótimo filme (inclusive no conjunto técnico impecável), que mescla com habilidade entretenimento e substância com boas cenas de ação e muita tensão numa trama bem elaborada e inúmeras vezes divertida. Sobretudo, esse filme é sim, um conveniente e modernizado palco para uma dupla de talentosos atores que aproveitam cada minuto de seu tempo em tela para mostrar o quanto engenhosos podem ser tendo as condições adequadas para isso. Esse filme tem umas das melhores duplas de atuação policial do cinema, não fazendo feio diante de outras mais icônicas.

Nota:  8/10

2 comentários:

  1. É um exemplo de filme comercial competente, com muita tensão e boas atuações.

    Abraço

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    1. Verdade Hugo! Esse filme demonstra excelência em vários quesitos.

      abraço

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