terça-feira, 10 de março de 2015

Crítica: O Voo | Um Filme de Robert Zemickis (2012)


É mais um dia aparentemente normal de trabalho na vida do experiente piloto comercial Willian Whitaker (Denzel Whashington). Mas quando a aeronave começa apresentar problemas nos instrumentos que fazem com que o avião entre em queda livre, o piloto é forçado a tomar o comando e realizar uma manobra aérea impossível que surpreendentemente salvou todos os passageiros e a tripulação com mínimo de danos possíveis. A grandiosidade de seu feito lhe conferiu grande notoriedade e admiração, porém ao passar por exames foi constatado que Whitaker estava sob o efeito de drogas e álcool. Embora as causas do acidente evitado não foram atribuídas a sua condição, o seu futuro profissional passa a estar em xeque após uma intensa investigação que não apenas irá provar a verdade sobre este embate, mas que irá conduzir esse herói a uma jornada de redenção nunca antes imaginada por ele. "O Voo" (The Flight, 2012) é um drama estadunidense, dirigido e co-escrito por Robert Zemeckis. Em seu primeiro filme em live-action desde 2000, o cineasta tem em seu currículo obras icônicas como a trilogia "De Volta para o Futuro", "Forrest Gump - O Contador de Histórias" e "O Náufrago", embora nos últimos anos havia se dedicado de corpo e alma a animações que usavam a captura de movimento como ferramenta imprescindível em sua materialização de seus trabalhos. Mas ainda que fossem animações geniais de certo modo, Zemeckis nunca encontrou o sucesso no formato em comparação aos seus filmes em live-action. Assim "O Voo" marca o retorno de um grande cineasta, que conta uma história de heroísmo e redenção com a ajuda de outro grande ator.


"O Voo" está repleto de qualidades. Para começar pelo roteiro de John Gatins, que depois de uma série filmes relativamente fracos ("Gigantes de Aço" e "Hardball - O Jogo da Vida"), acertou em cheio ao mesclar vários elementos diferentes em volta da tragédia: a abordagem didática dos aspectos técnicos que sucedem um desastre de avião como o que serve de gatilho para os demais eventos, como um olhar imparcial sobre o alcoolismo e o consumo de drogas por pessoas que muitas vezes detêm poder sobre nossas vidas durante o exercício de sua atividade profissional. Sua visão de proporcionar uma segunda chance ao protagonista com um olhar meio que religioso gera ótimas cenas e excelentes oportunidades ao grande nome do elenco de mostrar o seu valor dentro da produção. Mas a funcionalidade do roteiro se deve em muito pela competência dos demais envolvidos: o retorno de Robert Zemeckis a histórias "reais" é mais do que gratificante, e sua abordagem que equilibra bom humor e dramaticidade é extremamente coesa com a proposta. Mas o grande destaque é sem dúvida nenhuma a interpretação de Denzel Whashington, intensa e crível até nos momentos mais improváveis, o ator confere um toque especial ao personagem. Auxiliado por um elenco de apoio com seu peso proporcional, tendo nomes como Don Cheadle, John Goodman e Kelly Reilly, suas figuras somente vem a agregar uma dinâmica positiva ao conjunto da obra. Em resumo, "O Voo" mistura bem condicionamento técnico requintado, humor excêntrico e emoções fortes entregues por ótimas interpretações surgidas de uma história conduzida com a habilidade típica de um experiente realizador. Um filme que combina apelo comercial e dramaticidade em um único pacote.

Nota:  7,5/10

4 comentários:

  1. Minha nota é semelhante.

    Gostei do filme, realmente mistura bem drama com o apelo comercial.

    A sequência do acidente aéreo é tensa e muito bem filmada.

    Abraço

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    1. Se não fosse pelo desfecho tão politicamente correto, iria conferir uma nota superior, embora não tire o brilho do conjunto.

      abraço

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  2. Concordo que, na parte da execução, o filme é praticamente perfeito. Não dá pra esperar menos de Zemeckis e seu time. Só lamento que o roteiro se perca um pouco com a personagem de Kelly Reilly.

    Cumps.

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    1. A presença dela se mostra meio apagada, em compensação Goodman estremece a tela a aparição. Loucura!

      abraço

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