terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Um é pouco, dois é bom, ...


Crítica: De Volta ao Jogo | Um Filme de Chad Stahelski (2014)


John Wick (Keanu Reeves) é um lendário assassino profissional aposentado. Embora ele estivesse afastado da função de assassino já alguns anos, seu nome ainda era mencionado em certos círculos criminosos com certo temor por cumprir com obstinação seus objetivos. Afastado de sua vocação pelo amor que passou a sentir por uma mulher com quem se casou, Helen (Bridget Moynahan), ela adoece e morre poucos anos depois de sua aposentadoria. Mas não sem antes, de se certificar que após sua morte lhe seria entregue um filhote de cão para fazer-lhe companhia. Mas quando o ganancioso filho de um antigo empregador de John comete o erro de roubar seu carro e no processo matar o indefeso companheiro dado por sua falecida esposa, a última lembrança viva de seu amor, ele inicia uma guerra sem precedentes para vingar essa desnecessária afronta. “De Volta ao Jogo” (John Wick, 2014) é um filme de ação e suspense escrito por Derek Kolstad e dirigido em parceria por David Leitch e Chad Stahelski (embora somente o nome do segundo venha a habitar os créditos de realizador). Ambos são experientes coordenadores de dublês em superproduções em Hollywood (como em Matrix Reoladed) como foram responsáveis por unidades secundárias de filmagens em várias produções. Estrelado por Keanu Reeves, esse longa também tem no elenco Michael Nyqvist, Alfie Allen, Willem Dafoe, Adrianne Palicki e Dean Winters. Essa produção marca a estreia da dupla na função de realizador, onde esbanjam competência técnica, ritmo e uma ousadia narrativa que remete a filmes de ação dos anos 80 que se converte numa experiência retro divertidíssima.


De Volta ao Jogo” estampa um enredo simplório, mas impressiona pela ação bem orquestrada e pelo nível de dramaticidade respeitável. Além é claro, de um toque de humor descompromissado e sutil devido a uma implantação de algumas excentricidades na trama materializadas pelo Hotel Continental ou grupo de limpeza do rastro de morte deixado pelo protagonista. Inteligentemente como prioridade, seus realizadores estabelecem o status de lenda que John conferiu no submundo do crime de forma concreta e arrojada, ao apresentar o temor que seus conhecidos colaboradores e contratantes demonstram por sua volta ao jogo, e posteriormente revelam como ele obteve esse efeito em seu desenvolvimento ao mostrar John em ação de forma implacável, através de tiroteios explosivos, sucessivas facadas e tiros a queima-roupa numa aparente e infinita escalada de mortes até atingir o tão esperado ápice de sua vingança (que ainda reserva uma reviravolta). Se todo o elenco funciona bem dentro da proposta dessa produção, Keanu Reeves se mostra uma escolha mais do que acertada para a função de matador imbatível, mostrando uma astúcia por parte de seus produtores ao deixar de lado escolhas previsíveis como Jason Statham para um filme desse gênero. “De Volta ao Jogo” é um pupilo de um legado de filmes oitentistas que tinham como características o seu protagonista ser o exército de um homem só. Embora a fórmula possa aos olhos de muitos estar excessivamente desgastada, essa produção prova que ainda pode render filmes bem divertidos, desde que se faça algumas espertas modificações. 

Nota:  7/10


domingo, 25 de janeiro de 2015

Crítica: Como Não Perder Essa Mulher | Um Filme de Joseph Gordon-Levitt (2013)


O jovem nova-iorquino Jon Martello (Joseph Gordon-Levitt) é categórico com suas prioridades de vida: seu confortável apartamento, seu potente carro, sua endiabrada família, seu cuidado com o corpo, os amigos, as mulheres, além é claro, da pornografia são as coisas que mais importam para ele. Estranho, já que seus amigos o chamam de Don por causa de sua capacidade de enfileirar mulheres na cama sem esforço. No entanto, curiosamente a pornografia tem tido um valor de transcendência superior aos seus relacionamentos pessoais devido ao acúmulo de frustrações sexuais a cada nova aventura. Após inúmeras relações, Don percebeu que a vida como ela é não se assemelha em nada com os filmes e vídeos pornográficos que diariamente tem sido um vício incontrolável, o que gerou consequentemente um desapego com os relacionamentos pessoais legítimos. Mas quando ele acaba conhecendo Barbara (Scarlett Johansson), um aparente furacão que se revela uma conservadora mulher na vida real, é na figura de Esther (Julianne Moore) uma mulher mais velha com uma trágica história de vida que acaba mostrando para Jon uma nova perspectiva sobre a vida e seu futuro. “Como Não Perder Essa Mulher” (Don Jon, 2013) é uma sólida comedia romântica estrelada, escrita e dirigida por Joseph Gordon-Levitt. Considerando que inúmeros astros de cinema se aventuram a dirigir um trabalho próprio, onde a maioria acaba resultando em filmes desinteressantes ou até mesmo em completos fracassos, pode se dizer que o filme de estreia de Joseph Gordon-Levitt não poderia ter se saído melhor dentro do gênero ao qual se categoriza. Com uma ótima recepção da crítica e um faturamento considerável diante do custo da produção, esse inexperiente realizador se mostra uma promessa para o futuro.


Sendo que “Como Não Perder Essa Mulher” está para o público masculino como “Sintonia do Amor”, uma comédia romântica estrelada por Meg Ryan e dirigida por Nora Ephron está para o público feminino, essa aventura de seu realizador confere um novo e bem-vindo gás ao gênero. E somente por isso já vale uma conferida, por seu olhar sobre o sexo pela perspectiva masculina. E essa mistura que lança um olhar sobre o sexo, o amor e a pornografia de modo interessante, gera bons momentos de humor (as confissões religiosas do protagonista são hilárias) e muitos outros de reflexão. A perspectiva do enredo onde que todos os homens têm prontamente a pornografia nas mãos todos os dias pelos mais diversos canais de informação, e trata isso como algo vergonhoso e constrangedor aos olhos da sociedade, ao invés de simplesmente tomar esse fato como algo embutido da vida contemporânea, mostra que essa produção não tem em seu conjunto apenas qualidades em sua aparência (conferidas por um elenco afinado e uma direção segura), mas uma essência que a diferencia de noventa por cento de produções do gênero. Desmistifica o amor idealizado pelo cinema feito sob medida para inspirar corações solitários, e trata o sexo de modo sensato, como um fenômeno natural da vida perfeitamente alcançável e não como uma viagem de transcendência quase impossível de ser atingida por meros mortais. Ao final das contas, “Como Não Perder Essa Mulher” tem o equilíbrio de um produto que mescla bem entretenimento com o raro cinema de emoções. Embora não se proponha a conferir soluções explícitas para as divergências do amor em meio aos conturbados relacionamentos pessoais dos dias de hoje, mesmo que dê boas dicas para isso, como também não irá gerar fórmula para outros exemplares como ele, vale conferir seu desenvolvimento livre de preconceitos. O descarte de um final tipicamente “feliz” e meloso pode torna-lo um pouco incompreendido por uma gama expressiva de espectadores, como não permite que esse longa-metragem seja uma experiência cinematográfica menos interessante por isso.

Nota:  7,5/10

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Crítica: Joe | Um Filme de David Gordon Green (2013)


O ex-detento Joe Ransom (Nicolas Cage) é um mestre de obras de uma empreiteira responsável pela remoção de árvores velhas no sertão do Texas para um replantio saudável. Embora tenha sido preso várias vezes, sua figura é muito bem vista pelos habitantes da região onde reside. E quando Gary (Tye Sheridan), um andarilho de apenas 15 anos que recentemente se mudou para cidade com sua família e acaba encontrando uma oportunidade de trabalho com Joe, também surge desse emprego uma grande amizade. Mas quando o garoto traz seu pai, Wade (Gary Poulter), um homem violento e alcoólatra para participar no trabalho se inicia uma série acontecimentos que irão causar mudanças irreversíveis na vida desses personagens. “Joe” (Joe, 2013) é um drama estadunidense de produção independente dirigida por David Gordon Green. Ao usar o bem-vindo roteiro de Gary Hawkins (um ex-professor de cinema e antigo colaborador do cineasta) com base no livro de Larry Brown, o cineasta americano realiza uma obra dramática de efeito intenso e de um realismo sombrio que reafirma ao mundo o quanto talentoso Nicolas Cage pode ser com a história certa e um realizador competente atrás das câmeras. Com sua trama se passando numa zona rural de uma pequena cidade do Texas, com sua história se desenrolando sobre pessoas comuns da região, é assim nesse contexto desprovido de histórias arrojadas e personagens complexos que o astro Nicolas Cage entrega seu melhor trabalho em anos.


Embora o título dessa produção sugira que “Joe” tenha seu foco principal nesse homem de cerca de quarenta anos, barrigudo e barbudo interpretado brilhantemente por Nicolas Cage, é ao redor de Gary que os acontecimentos mais marcantes se desdobram e elucidam o teor dessa história. Mas como em “Amor Bandido”, drama em que o coadjuvante divide a película com Matthew McConaughey, o jovem ator Tye Sheridan é que rouba ao seu modo a cena e mostra mais uma vez seu talento diante de gigantes do cinema contemporâneo. Sobretudo, ainda que Cage nos últimos anos tenha deixado a desejar a seus fãs pelas suas escolhas de trabalho (desde sua interpretação do bêbado Mike Figgis em “Despedida de Las Vegas”, pouca coisa se salva), sua presença de tela continua inabalável, onde muito bem se poderia considerar essa produção como uma espécie de ressureição. Essa produção possui contornos sombrios dotados de um realismo local gratificante muito bem ambientado, ao mesmo tempo em que incômodo e angustiante aos sentidos devido à animalidade comportamental dos personagens que não se censuram de cometer atos de violência e brutalidade. Mas existem em meio aos excessos humanos desencadeados pelo temperamento pessoal inflamado dos personagens ou por decorrentes ausências de caráter, sentimentos autênticos e dignos de muita atenção do espectador. No final das contas, “Joe” presenteia o espectador com momentos de brutalidade intercalados com passagens de lirismo de grande virtude. Com um elenco bem afinado e completamente entregue a seus personagens, uma história forte sem complexidades desnecessárias e uma direção envolvente por parte de David Gordon Green, essa produção se mostra uma grande surpresa indie do cinema norte-americano.

Nota:  7,5/10

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Zippo - Design que Resiste a Décadas




Os isqueiros Zippo produzidos pela Zippo Manufacturing Company são tradicionalmente retangulares e têm uma tampa dotada de uma dobradiça que o faz abrir e fechar. Há centenas de modelos diferentes disponíveis para compra. Sua chama resiste ao vento e ao contrário dos isqueiros de plástico, são recarregáveis com fluido líquido (hidrocarboneto isoparafínico sintético). Eles se tornaram famosos entre os militares norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial (quando todos os Zippos produzidos eram destinados às forças armadas Aliadas) e durante a Guerra do Vietnã. Vários astros de cinema já empunharam um isqueiro Zippo para acender um cigarro em cena, principalmente quando o tabagismo estava em alta na sociedade. Era uma forma de aproximar o cidadão comum de seus ídolos. O isqueiro foi fazendo aparições e mais aparições até se tornar algo espontâneo e ao mesmo tempo uma lenda no cinema.

Em "Obrigado por Fumar" (Thank You For Smoke, 2005), o ator Aaron Eckhart, o porta-voz das grandes empresas do tabaco, usa como argumento eficiente apoiado nessa ideia para persuadir as pessoas de como o hábito do fumo é uma forma de se expressar apropriada quando não havia o que ser dito em cena. E lá estava o Zippo dando sua contribuição necessária como coadjuvante nessa tarefa.

Acima de tudo, os Zippos são conhecidos pela garantia ilimitada que oferecem: se um isqueiro Zippo quebrar, não interessa o quão velho ele é, ou quantos donos já teve, a companhia irá substituí-lo ou repará-lo gratuitamente. A única parte do Zippo que não é coberta pela garantia é o acabamento na parte externa da capa metálica. Com um design que resiste a mais de 70 anos, sua forma é inconfundível aos olhos das pessoas, apesar das centenas de edições limitadas para colecionadores se tem mantido um ícone da cultura pós-guerra.

Maiores informações vejam no site: http://www.zippo.com/
                                                         

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Preview 2015

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Crítica: Profissão de Risco | Um Filme de David Grovic (2014)


Jack (John Cusack) é contratado por Dragna (Robert De Niro) para se apossar de uma bolsa de conteúdo misterioso e esperar nas dependências de um motel no quarto 13 até que ele próprio venha a recolher a encomenda. Jack recebe instruções claras para que nunca abra a bolsa independente do que acontecer. Mas as coisas não correm de acordo como o planejado, e logo no inicio ele já é alvejado na mão e passa a levantar suspeitas sobre sua figura. E quando Jack passa envolver uma misteriosa mulher, Rivka (Rebecca da Costa) em seu trabalho, um amontoado de mortos começa a chamar a atenção das autoridades locais. Ao se ver acuado diante do fato de que inúmeras pessoas estão na caça dessa bolsa, seu tempo está acabando nesse jogo de gato e rato igual as suas chances de executar o trabalho do modo combinado. “Profissão de Risco” (The Bag Man, 2014) é um thriller de crime noir estadunidense dirigido por David Grovic, e que tem como base de inspiração o livro The Cat: A Tale of Feminine Redemption escrito por Marie-Louise von Franz. Com o roteiro adaptado pelo próprio Grovic em parceria com Paul Conway, o filme de estreia de David Grovic para a telona se mostra pouco fluente no gênero no qual habita, por não criar uma atmosfera competente, e desinteressante por recheá-lo de situações complicadas que somente servem para prolongar sua duração.


Profissão de Risco” não demonstra ter uma trama sólida e com um propósito bem definido para seu conjunto, demonstrando sucessivas falhas de roteiro que não ajudam o experiente elenco principal de salvar essa produção do limbo. Infelizmente seu desenvolvimento é uma sequência de eventos irregulares que apresenta personagens estranhos, uma violência ala Tarantino e até se aventura a fazer uma desajeitada e inconcebível homenagem ao clássico filme “Psicose”, de Alfred Hitchcock. São equívocos sobre equívocos, numa mistura de combinação improvável que fazem do seu desenvolvimento uma desgastante perda de tempo. Nem o icônico astro Robert De Niro ou o experiente ator John Cusack demonstram em suas interpretações algum desejo de elevar o nível desse filme. Com uma participação sofrida da brasileira Rebecca da Costa como a femme fatale dessa produção, além de aparições grosseiras por parte de Crispin Glover, Dominic Purcell e Martin Klebba que colaboram para criação de um sub-noir de contornos contemporâneos descartáveis. Se o seu desenvolvimento se mostra arrastado, a grande revelação do desfecho até confere um bem-vindo gás ao conjunto, mas arruína tudo numa sequência final constrangedora. Por fim, “Profissão de Risco” é uma adaptação noir pobre em vários aspectos, bagunçada o tempo todo e de resultado esquecível.

Nota:  4/10

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Crítica: Rambo 4 | Um Filme de Sylvester Stallone (2008)


O condecorado soldado americano John Rambo (Sylvester Stallone) sobreviveu a muitas provações em sua vida, após anos envolvido nos mais sangrentos conflitos armados do mundo, e desde então vive numa região remota da Tailândia de um modo pacato. Caçando cobras para moradores locais e transportando pessoas pelos extensos rios da região, um grupo de missionários cristãos em missão de paz o contrata para viajar pelo rio em direção da Birmânia, uma região que se tornou uma perigosa zona de guerra comandada por um ditador militar que tem aterrorizado sem descanso camponeses e agricultores indefesos. Quando os missionários são sequestrados por tropas birmanesas a serviço do ditador, Rambo sai em sozinho numa missão de resgate e declara guerra contra todos os opressores. “Rambo 4” (Rambo, 2008) é uma produção de ação baseada no icônico personagem do romance de David Morell lançado em 1972. Mas a fama do personagem saiu do resultado de três longa-metragens (“Rambo – Programado para Matar” de 1982, “Rambo II” de 1985 e “Rambo III” de 1988) que lhe conferiu um precioso sucesso dentro de círculos da cultura pop e criou um subgênero de filmes de ação intensa que preponderou na década de 80 onde se resumia na força de um homem só contra um exército. Mesmo que a crítica especializada crucifique Sylvester Stallone por entregar um filme sem novidades, que sequer se esforce em fazer rodeios dramáticos, o astro entrega o filme que se esperaria dele: exagerado, frenético e com um empilhamento infinito de corpos ao longo de sua duração.


Rambo 4” possui um aspecto que dependendo do espectador, pode ser visto como qualidade ou defeito. Com uma introdução rápida e exótica sobre a condição atual do personagem principal, como o ambiente e as circunstancias que o margeiam, Sylvester Stallone passa a entregar o material que seus fãs esperam de um típico exemplar da franquia do personagem que veste com orgulho a camisa de uma extensa leva de personagens oitentistas que muito bem podem ser rotulados como “o exército de um só”. Quando Rambo entra em ação, não tem para ninguém. Embora Stallone esteja longe de ser um realizador autoral ou até mesmo habilidoso com a câmera, ele consegue extrair do material teórico (do raso roteiro dele próprio e Art Monterastelli) boas sequências de ação, violentas e ágeis sem firulas, essas extremadas de uma forma mais do que esperada por fãs sedentos de sangue e ainda assim fascinante. Essa produção não possui requintes de superprodução, mas também não se firma no terreno de produções B. Embora a motivação patriótica tenha se valorizado nos filmes anteriores, aqui ela se encontra apagada, deixando apenas espaço para um homem que tem a condição de fazer a diferença em nome do que é certo (salvar os inocentes e indefesos de um ditador genocida). É a simplicidade aliada a nostalgia que funciona de modo redondo. Por fim, “Rambo 4” é materialização de um desejo de seu realizador de reviver a glória do passado (essa estendida na franquia “Os Mercenários” reiniciada em 2010). Mesmo tendo uma carga dramática menor do que nos filmes anteriores, essa produção entrega uma violência gore competente, divertida pelos exageros e com Stallone seguro do que realmente pode o fazer ter sucesso de verdade.

Nota:  7/10

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Torne-se um Wolverine

Seguindo a filosofia do faça você mesmo, caso você não tenha superpoderes, eu deixo a dica de que não há limites para a criatividade. A prova disso vem do inglês Colin Furze, que de dentro de sua garagem com a ajuda de ferramentas adequadas simplesmente criou uma engenhoca (garras hidráulicas de aço inoxidável de acionamento rápido) que certamente é um sonho para qualquer fã do personagem mais emblemático dos X-Men: Wolverine (o momento em que Colin encosta as garras uma na outra e faíscam é quase impossível você não ser acometido pela lembrança do filme). Embora o equipamento esteja marcado de um estilo rudimentar, a invenção de Colin funciona com um nível de perfeição fascinante. Colin tem um canal no YouTube que mostra com bastante alegria e originalidade a funcionalidade de inúmeras de suas invenções e experimentações. Confira abaixo o resultado da sua empreitada de como se tornar o Wolverine, como mais abaixo as etapas necessárias para se chegar ao invento final:  


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Crítica: Os Irmãos Cara-de-Pau | Um Filme de John Landis (1980)


Recém-libertado da cadeia, Jake (John Belushi) recebe a oportunidade de sair em condicional pelo crime de roubo sob os cuidados de seu irmão Elwood (Dan Aykroyd). Assim os dois irmãos juntos novamente diante de um urgente recomeço partem rumo ao orfanato onde cresceram sob os ensinamentos das freiras. Ao chegarem lá descobrem de que a igreja irá cancelar o apoio ao orfanato, o condenando ao fechamento. Com poucas opções em mãos, já que dinheiro desonesto nunca foi bem visto pelas freiras, os dois irmãos decidem retornar as atividades da banda The Blues Brothers Band, na intenção de realizar um grande show para arrecadar uma boa quantia para garantir a difícil sustentabilidade do orfanato. Uma difícil tarefa na qual os dois se entregam de corpo e alma. “Os Irmãos Cara-de-Pau” (The Blues Brothers, 1980) é uma comédia musical cult dirigida por John Landis. Estrelada por John Belushi (1949 - 1982) e Dan Aykroyd, os dois foram comediantes famosos oriundos do programa de TV Saturday Night Live. Suas interpretações no longa-metragem surgiram da própria criação dois atores (com colaboração de Ron Gwynne) com suas performances apresentadas na forma de sketches, um formato de humor bastante convencional entre artistas buscando ascensão. Se suas passagens pelo programa chamaram a atenção de Hollywood, a pareceria dos dois gerou um filme cult oitentista extremamente memorável frequentemente homenageado, repleto de canções icônicas perfeitamente interpretadas pela dupla.


Os Irmãos Cara-de-Pau” surgiu do mesmo nicho de mercado humorístico que “Quanto Mais Idiota Melhor”, filme estrelado por Dana Carvey e Mike Meyers. Mas se difere em quase tudo, tendo similaridades apenas a suas origens. O filme de John Landis aproveita bem a química dos dois protagonistas, como também estabelece um tributo musical envolvente e mais do que divertido. Embora tenha surgido uma sequência em 1998 (estrelada por John Goodman, Dan Aykroyd e Joe Morton), mas não atingiu o sucesso do primeiro filme. Se a história em premissa não era grande coisa, aspecto comum em produções da época, a forma de como ela se apresentava fez toda a diferença. Seu desenvolvimento é uma viagem encantada que nos mostra artistas como James Brown, Aretha Franklin, Ray Charles entre outros (cineastas como Steven Spielberg e Frank Oz também fazem pontas como atores) brilhando na película agregando mais bagagem a sua imortalidade. “Os Irmãos Cara-de-Pau” é diversão garantida que habita o gosto de fãs de cultura pop. Embora não tenha sido criado para ganhar prêmios em cerimonias elitistas, essa produção ganhou o maior dos prêmios que um longa-metragem poderia esperar depois de muitos anos: o coração de espectadores que voltam a revisita-lo com a devida nostalgia. Trata-se de uma produção que faz o espectador bater o pé pela magia das canções brilhantemente escolhidas, gargalhar pelas piadas afiadas do roteiro simpático e se eletrizar com a ação das perseguições de carro da época (o filme bateu recordes de automóveis destruídos numa mesma produção). “Os Irmãos Cara-de-Pau” é pura nostalgia, repleta de curiosidades de bastidores e brilhantemente afinada com alma do cinema oitentista que merece ser redescoberta como também revisitada.  

Nota:   9/10

sábado, 3 de janeiro de 2015

Crítica: A Vida Secreta de Walter Mitty | Um Filme de Ben Stiller (2013)


Walter Mitty (Ben Stiller) é o responsável pela área de negativos da Revista Life, e nunca fez nada de emocionante em sua vida resultando no constante hábito de se imaginar através de devaneios estar em aventuras fantasiosas. Apaixonado por uma colega de trabalho, Cheryl (Kristen Wiig), ele faz de tudo para ser notado. Mas quando a revista na qual trabalham está prestes a sofrer uma mudança radical (a revista irá abandonar o formato tradicional e apenas permanecer on-line aos seus leitores), o lendário fotógrafo e aventureiro Sean O’Connell (Sean Penn) envia para ele um pacote contendo uma fotografia especial no negativo 25, que é mencionada pelo fotógrafo como a Quintessência da Revista Life e deve ser a foto da capa da última edição da revista impressa. Mas o negativo desapareceu. E usando os outros negativos como pistas que compõem o pacote enviado pelo fotógrafo, Mitty traça um plano mirabolante para encontrar Sean O’Connell e talvez salvar o seu emprego e mostrar para seu interesse romântico, e a si mesmo, que pode realizar realmente algo fantástico. “A Vida Secreta de Walter Mitty” (The Secret Life of Walter Mitty, 2013) é uma produção de aventura, comédia e fantasia escrita por Steve Conrad, como estrelada e dirigida por Ben Stiller. Baseada no conto de 1939 de James Thurber, esse longa-metragem vem com uma proposta necessariamente interessante pelo conjunto, embora marcada de uma indecisão que diminui seu efeito envolvente.


A Vida Secreta de Walter Mitty” é o longa-metragem mais detalhadamente elegante e alinhado de responsabilidade de Ben Stiller. Totalmente diferente da comédia escrachada “Zoolander” e sem o toque de originalidade de “Trovão Tropical”, essa produção se mostra bem diferente de seus trabalhos anteriores. Produzido com todos os requintes da indústria cinematográfica estadunidense, tudo nesse filme está em uma ordem precisa onde seu realizador entrega uma história/fábula que além de divertir também oferece um pouco de inspiração ao espectador. Ainda que os floreios técnicos saltem aos olhos, em transições extremamente repentinas ou em paisagens estonteantes, há uma composição de personagens que se mostra agradável e eficaz ao trabalho de seu realizador. Walter Mitty é um exemplo disso: ele é a materialização vívida do ser humano que vive sonhando acordado, isso brilhantemente interpretado por Ben Stiller. No caso dele, isso não passa de um artifício para anular sua frustração e impotência diante da vida. E sua obstinação em mudar isso através de uma realização relevante aos olhos do mundo é a mais humana das reações a esse fenômeno. Mas também há outros personagens vitais a sua trama, sobretudo ao enredo dessa produção. A presença de Kristen Wiig é uma intensificação de seus objetivos, como a presença de Sean O’Connell é vinculo da aproximação do sonho a realidade. Se Ben Stiller não consegue extrair do espectador risadas fáceis com sua comédia bem produzida, ele consegue extrair do enredo algumas emoções sinceras e agradáveis.

Vendido pecaminosamente da forma errada (embora tenha suas passagens de humor, seu desenvolvimento está mais para um drama) está falha compromete sua eficiência, ainda mais em uma obra repleta de metáforas sobre metáforas. Seu desenvolvimento de divertir com a difícil função extra de emocionar até surpreende (a tão famigerada foto do negativo 25 é uma surpresa), ainda que não salve essa produção de dividir opiniões. Mas “A Vida Secreta de Walter Mitty” ainda pode agradar, embora não seja realmente engraçado com se esperaria de um filme de Ben Stiller, detentor de muitos fãs em função desse gênero.

Nota;  7/10

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Cinefilia

Havia prometido para mim mesmo, obviamente sem fazer alardes proféticos que eu iria resenhar na medida do possível a maioria dos filmes que assisti no ano que passou, mesmo sabendo do difícil desafio que era materializar isso. Infelizmente eu não cheguei nem perto de atingir essa meta. Assisti muita coisa, onde a tela do televisor esteve costumeiramente iluminada exibindo os mais diversos títulos que iam de lançamentos a filmes mais antigos, e que em muitos casos somente eram revisitados por pura nostalgia. Em contrapartida a tela do notebook se manteve menos tempo ativa, ainda mais com um foco produtivo na página cinéfila a qual mantenho com tanto afeto. Assim no quarto ano de atividade, o blog “Em Perspectiva” teve como consequência do minha negligência o seu ano mais mirrado. Não foi algo proposital, eu juro, sobretudo decorrente de um ano extremamente complicado em vários aspectos. Por isso decidi listar sem muitos detalhes algumas impressões rápidas (mas muito rápidas mesmo) sobre algumas produções que assisti em 2014. Logo abaixo segue a lista:

1.   Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos (The Mortal Instruments: City of Bones, 2013): Uma das piores produções de fantasia teen que eu já vi até hoje. Embora até simpatize com esse subgênero, mostrou-se pura perda de tempo. 
2.   Millenium 3 – A Rainha do Castelo do Ar (Luftslottet Som Sprangdes, 2009): Só faltava esse sobre a trajetória de Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist pelo cinema. Mas podia também ter adiado por mais tempo, já que não me agradei em quase nada embora tenha visto boas críticas a seu respeito.  
3.   Thor – O Mundo Sombrio (Thor: The Dark World, 2013): Produção da Marvel que não justifica o subtítulo, já que de sombria não tem nada. Mas em compensação de resto... mil vezes (talvez duas mil vezes) melhor do que o primeiro filme. É só pra rir.
4.   Círculo de Fogo (Pacific Rim, 2013): Melhor do que eu esperava, mas não superior a alguns dramas independentes do passado que eu revisitei por nostalgia. É tudo uma questão de gosto.
5.   Tudo por Justiça (Out of the Furnace, 2013): Só parece bom, mas não é grande coisa. Eu o rotulo como uma fraude (premissa interessante, ótimo elenco e uma condução que já havia rendido outro grande filme).
6.   Anjos da Lei 2 (22 Jump Street, 2014): Se eu não havia simpatizado em quase nada com o primeiro filme, este eu posso afirmar com toda convicção do mundo: eu o odiei completamente. Saudades do tempo do seriado.
7.   A Dama de Ferro (The Iron Lady, 2011): Nunca encontrei um filme mencionado com tanta similaridade em meio a crítica. Decididamente Meryl Streep é a melhor coisa desse drama biográfico, porque a história eu não sei explicar para onde nos leva.
8.   Serra Pelada (idem, 2012): Gostei muito, embora minha opinião não seja unânime em meio às críticas que li pela vasta blogosfera. Uma pena!
9.   A Morte do Super-Herói (Death of a Superhero, 2011): Uma descoberta tardia que recomendo. Um filme que mescla bem à narrativa e o enredo com uma estética bem feita.  
10.  Frankenstein: Entre Anjos e Demônios (I, Frankenstein, 2014): Mais uma produção que confere contornos de super-herói a uma figura histórica da literatura. Eca!             
11.  Malévola (Maleficent, 2014): Eu queria que o filme fosse esplendoroso como Angelina Jolie. A única coisa boa nesse filme.
12.  A Grande beleza (La grande bellezza, 2013): Eu me sinto um ignorante vendo filmes como esse. Todo mundo elogia, mas eu achei um saco.
13.   Planeta dos Macacos (Dawn of the Planet of the Apes, 2014): Muito bom e faz jus a reinvenção do clássico.
14.  Transformers: A Era da Extinção (Transformers: Age of Extincition, 2014): Bem que a franquia poderia acabar por aqui. Meses depois da sessão, ainda sinto a tontura iniciada na exibição de tão caótico que o filme é. Mas acho difícil parar por aqui considerando a cifras exorbitantes que a franquia ainda rende.
15.  Copa de Elite (Idem, 2014): Por causa de filmes assim é que muita gente crítica cinema nacional. Paródia então... será que a televisão já não faz disso o suficiente?
16.   Intocáveis (Intouchables, 2011): O cinema francês é tudo de bom. Fantástico!
17.  Operação Invasão 2 (The Raid 2, 2014): Quem diria que um dos melhores filmes de ação desse ano sairia da Indonésia. Escrito e dirigido por Gareth Evans, o filme tem alguns excessos que podem ser vistos negativamente por alguns espectadores. Portanto não é para todos os públicos. Mas que é bom é...
18.  Need for Speed – O Filme (Need for Speed, 2014): Muito melhor do que a maioria de produções baseadas em jogos.
19.  Garota Exemplar (Gone Girl, 2014): Como todos os filmes de David Fincher: maravilhoso.
20.  O Abrigo (Take Shelter, 2011): Michael Shannon é um ótimo ator com a história certa.
O restante fica para 2015.

PS: Desejo a todos um Feliz Ano Novo.