quarta-feira, 25 de junho de 2014

Crítica: Paranóia | Um Filme de D. J. Caruso (2007)


A morte do pai em um acidente de automóvel deixou marcas profundas em seu filho que presenciou todo o trágico acontecimento com os próprios olhos. Kale (Shia LaBeouf) tornou-se um jovem bem agressivo após a tragédia, que lhe custou a liberdade devido a um súbito ataque violento ao seu professor de espanhol. Desta forma, Kale passou a ficar em prisão domiciliar por um período de 3 meses como penalidade por sua injustificada atitude. Porém, essa medida prisional seria revogada caso ele não a respeitasse, e ele seria punido severamente como qualquer criminoso se não respeitasse as limitações de sua prisão. Mas uma prisão é uma prisão independente de onde ela está. Desprovido de confortos do mundo moderno ao qual ele se utilizava para passar o tempo enquanto cumpria a pena, sua atenção se volta às redondezas de seu lar, onde descobre algumas inacreditáveis verdades sobre sua vizinhança em um inocente ato de voyeurismo ocupacional. “Paranóia” (Disturbia, 2007) é um suspense dramático dirigido pelo norte-americano D. J. Caruso. Sua trama remete a lembrança do clássico suspense “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock, sem ter nenhuma semelhança física com o próprio (uma clara inspiração sem influência direta ou explícita com o mestre do suspense). Os roteiristas Christopher Landon e Carl Ellswort entregam sim, aproveitando bem as possibilidades da história com uma trama modernizada de posição sólida com o contemporâneo e bem focada no público alvo (basta vermos o elenco de destaque para constatar isso). Unindo a essa composição de envolvidos um realizador habilidoso em criar ritmo e suspense em boas doses, essa produção se mostra um produto de entretenimento divertido.


Como no trabalho de Hitchcock, “Paranóia” tem o seu maior atrativo na trama bem aproveitada. Ao fazer no seu desenvolvimento conexões bem pontuais entre um serial Killer que tem perturbado o sono da comunidade, e o solitário e misterioso vizinho (David Morse), Shia LaBeouf, Aaron Yoo e Sarah Roemer em atuações divertidíssimas e convincentes, o elenco principal combina com a proposta aqui oferecida. Obviamente o dilema do espectador não mora em quem é o assassino, ou até mesmo se as suspeitas dos jovens tem um real fundamento, mas em como e quando ele será revelado ao espectador. E é nesse processo, em unir as pontas soltas do roteiro que seu realizador ganha a devida atenção do público ao aplicar o método. Criando um grande efeito de tensão e suspense nivelado que define bem o gênero em que essa produção habita, humor descompromissado para causar momentos de leviandade como um bom programa de entretenimento requer e um desfecho adiado até o limite exato, Caruso apresenta um de seus melhores filmes em meio a uma filmografia regular. Em seu primeiro trabalho com o ator Shia LaBeouf (o segundo filme em que trabalharam juntos foi o improvável “Controle Absoluto” de 2008), apesar de dominar a mídia cinematográfica com habilidades mais técnicas do que autorais, seu trabalho é mais presente em séries de televisão como “Smallville”, “The Shield”, entre outras mais. Por fim, “Paranóia” está longe de ser inesquecível, como também seria uma injustiça rotula-lo como uma produção de suspense totalmente descartável como inúmeros mais. Seu atrativo e mérito está em sua funcionalidade precisa e ligeiramente cativante.

Nota:  7/10

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