sábado, 2 de março de 2013

Resenha: Buena Vista Social Club | Um Documentário de Wim Wenders (1999)



A musicalidade é um dos traços mais marcantes da cultura cubana. Ao observar isso, no ano de 1996, o guitarrista e produtor musical Ry Cooder foi a Cuba gravar um CD com lendários músicos da cultura cubana que com o tempo acabaram sendo esquecidos pelas novas gerações. Com o intuito de reviver essa característica tão saborosa dessa nação, a música, cerca de dois anos depois, Cooder voltou à ilha na companhia do famoso cineasta alemão Wim Wenders e de uma pequena equipe de filmagens para gravar um documentário que foi intitulado “Buena Vista Social Club” (1999). Esse título foi dado em homenagem a uma famosa casa de shows que teve o auge do sucesso nos anos 40, e que hoje permanece fechada desde a década de 50, mas apesar de tudo não foi apagada da memória de antigos frequentadores, e felizmente imortalizada através desse documentário.

O trabalho documental de Wenders é focado na história dos músicos e frequentadores do antigo clube de forma tocante e poética. Ignora respectivas questões políticas e controversas dificuldades sociais que rondam o povo cubano, dando destaque ao cenário musical ao qual os envolvidos nesse projeto vivenciaram no passado. Tudo acentuado pela beleza geográfica de Havana perfeitamente captada pela câmera do cineasta. Aclamado pela crítica, concorreu ao Oscar de Melhor Documentário e ganhou o prêmio de Melhor Documentário pela European Film Awards. Composto por depoimentos carregados de emoção e nostalgia de músicos como Ibrahim Ferrer, Compay Segundo, Omara Portuondo, Eliades Ochoa, Faustino Oramas e Rubén Gonzále, e belíssimas imagens de Havana, esse documentário tem seu desfecho num concerto magistral no Carnegie Hall em New York carregado de empolgação justificando a razão de sua existência.

Nota: 8,5/10

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