sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Crítica: Vamos Nessa! | Um Filme de Doug Liman (1999)



Com uma narrativa basicamente fragmentada, o diretor do excelente “Swingers” consegue um resultado bem bacana mostrando a força do cinema independente no fim da década de 90 através de “Vamos Nessa!” (Go, 1999), que retrata uma noitada insana de jovens em meio a circunstâncias desesperadas. O filme remete a lembrança do fenômeno do cinema underground chamado “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino, ou do filme “Short Cuts”, de Robert Altman, porém menos sanguinolento do que o trabalho de Tarantino, e mais simplista que do que a fita de Altman, mas inegavelmente divertido em todos os sentidos.

A trama narra um dia e uma noite de um grupo de personagens as vésperas do Natal, visto sob três diferentes perspectivas: a de Ronna (Sarah Poley), uma caixa de supermercado falida e desesperada por dinheiro, e Claire (Katie Holmes) disposta a qualquer negócio para sair da rotina; a de Simon (Desmond Askew), um inglês distante de casa, desesperado por diversão que segue rumo a Las Vegas com seus amigos de Los Angeles e somente encontram confusão; e Adam e Zack (Scott Wolf e Jay Mohr) uma dupla de atores de TV, que em busca de diversão, se metem numa ação policial confusa e recebem de um policial estranho uma proposta mais estranha ainda. 

"Vamos Nessa!" é um exemplar de fita que mesmo não apresentando nada de extraordinário, diverte, tanto pelos personagens malucos quanto pela história em si, isso por conta dos diálogos ágeis das situações absurdas as quais esses personagens se envolvem. Drogas alucinógenas, sexo casual, música eletrônica são elementos imprescindíveis dentro da trama, e não são meros artigos de decoração, e sim fazem parte das adversidades comuns as quais os jovens se esbarram numa noitada feito a desses personagens, se fazendo mais do que necessária como uma justa ambientação. A forma com que foi montada – de forma fragmentada – é somente um dos atrativos que essa produção nos presenteia. A trilha sonora é igualmente brilhante e antenada com a proposta dessa produção. 

A forma como o roteiro de John August se desenvolve e brinca com os personagens – como no caso de Scott Wolf, deixando claro que sua interpretação está ligada ao personagem da extinta série “O Quinteto”, é uma das passagens inspiradas de seu roteiro; ou quando os atores, numa conversa casual, se queixam da tietagem resultante de seu trabalho na TV. Claire, uma das personagens mais legais dessa produção, dá um show que a torna relevante não tanto na trama, mas no balanço das interpretações divertidas de “Vamos Nessa!”.

Por fim, “Vamos Nessa!” é como uma tradicional balada. Trata-se de uma rotina que algumas vezes muda, aqui ou ali. Em geral é sempre a mesma coisa, e mesmo que funcione para passar o tempo de maneira divertida, não vai mudar sua vida. 

Nota: 7/10

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